Ainda Bem Que Passa
Alguém no mundo conseguiria me dizer por que tem que ser necessariamente assim? É. Estou falando da TMP. Aquilo que os especialistas - ou melhor, os que se acham especialistas, quando, na verdade, são na maioria homens e que nunca irão ter o trabalho de puxar aquela fitinha adesiva que lacra um absorvente - dizem que é um evento natural (natural uma p...) que faz parte da vida das mulheres. Não sabem que na verdade se trata do maior espectro maligno que ronda por nossas vidas e por longos e sofrido três dias (no caso das sortudas, pois há aquelas em que a tensão dura muito mais tempo) e nos fazem renunciar a tudo que foi destinado ao sexo feminino.
De repente a idéia de ser mãe parece um pesadelo, ser namorada: um calvário; ser esposa: um calabouço escuro e frio, com leões, ratos, e baratas (o pior de tudo) e ainda tendo que pagar aluguel; Ser filha: parece ser o pior castigo infligido, sobretudo quando você chega em casa e lá estão eles te tratando como se você ainda tivesse seis anos e voltasse do jardim de infância e não da faculdade.
Vejam que coisa, de repente todos os seus traumas de infância vêm à tona! Medo de avião, medo de escuro, medo de ficar sozinho, medo de que o monstro do armário devore sua mãe se ela ficar sozinha na cozinha, medo de dormir, medo de acordar e ter um cara do teu lado. Já começo fantasiar de novo. Como tanto chocolate, que vou ter que malhar em dobro semana que vem, após ter tomado inúmeros comprimidos para aliviar a cólica, assisto "Um Amor Pra Recordar" pela sexagésima oitava vez, consigo dormir com dificuldade, e sonho que estava no show do Fábio Junior, e aquele cara que por anos foi o meu maior sonho de consumo, está beijando aquela minha prima, aquela loura de farmácia, aquela magrela chorona... Droga! Acordo suada, e não posso nem acender a luz pra não acordar minha irmã. O abajur foi quebrado a tarde, quando eu me estressei com a tomada e chutei o criado-mudo. Já é madrugada, ligo o computador e escrevo tudo isso... Ainda bem que passa!