NAS ASAS DA IMAGINAÇÃO
Dias atrás chegou às minhas mãos um pedaço de papel com a frase “faz o que quiseres comigo”.
A frase não trazia a assinatura do(a) autor(a), mas era muito sugestiva. Aquelas cinco palavrinhas levaram-me a imaginar coisas, muitas das quais lhes peço desculpas por não poder dizê-las aqui.
Inicialmente, pensei em procurar quem as escreveu; depois, em amassar o papel e jogá-lo no lixo; em guardar o bilhete numa gaveta qualquer ou no meio de um livro; em fazer um pássaro, um aviãozinho, um barquinho de papel... ou simplesmente ignorá-lo. Pensei, inclusive, em usá-lo no banheiro!...
“Mas em que isso mudaria a minha vida?” – perguntava-me eu no auge da minha curiosidade tipicamente humana - “Certamente, em nada!” – respondi-me.
E novamente li, reli e “re-reli” a frase - FAZ O QUE QUISERES COMIGO – e limitei-me a imaginar que aquele era tão somente o desejo de um simples pedaço de papel, e não de uma pessoa desejosa de outra. Com base nisso, sentei-me diante do computador, pus a cabeça para pensar (geralmente, ela não pensa) e escrevi um pequeno texto cuja estrutura assemelha-se à de uma crônica.
O que fiz com aquele pedaço de papel?!
Soltei-o ao vento para que outra pessoa também pudesse ter o direito de viajar nas asas da sua imaginação.