CRÔNICA #049 - O APAGÃO DO NORDESTE...
Madrugada de 4 de fevereiro de 2011. nessa noite eu fora dormir mais cedo. Tudo transcorria na mais completa calma. Ouvia-se no ar apenas o nosso ressonado. Os pernilongos lamentavam a existência de telas em todas as janelas e portas de minha casa. Nossas portas são criteriosamente são fechadas às 5 da tarde, horário em que os Aedes Aegyptis (mosquitos da dengue) costumam entrar em casa e se preparam para executar o Sinfonia “Tuimmm!!!”, com sua orquestra desafinada, enquanto nos fazem de banquete.
Felizmente, eles não têm vez cá em casa. Eliminamos todo tipo de meio que os eles pudessem se proliferar. Nada que possa acumular água se encontra em meu quintal – garrafas, pneus, tampinhas e tudo o mais, foram simplesmente exterminados daqui. Mas os mosquitos gerados no vizinho tentam em vão entrar em meu lar. Com se não bastassem as proteções já citadas, ainda borrifamos Citronela em 'spray' nas frestas das portas que funcionam como um escudo invisível.
De repente, dá-se início um dos mais longos apagões no Nordeste do Brasil. Por volta das 23h 20min, durante um intenso toró que banhou o Nordeste, houve o desarme de três grandes usinas hidrelétricas (Xingó, Paulo Afonso e Luiz Gonzaga) O blecaute (escuridão total) atingiu oito estados brasileiro: AL, BA, CE, PB, PE, SE, RN e PI.
Eu sofro de SAOS (Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono) e preciso imprescindivelmente utilizar uma máquina de suprimento de pressão positiva de ar enquanto durmo (CPAP), sem a qual tenho sucessivas apneias (paradas respiratórias) corro risco constante de parada cardiorrespiratória ou mesmo vir a óbito por desoxigenação do cérebro.
Lá pela uma e meia da madrugada, tive o pior dos pesadelos. Senti como que algo enforcando a minha garganta e sufocando-me as narinas. Então acordei no maior desespero, tentando respirar sem conseguir. O ar dentro da máscara sem o mínimo de teor de Oxigênio, quase que só Dióxido de Carbono. Daí, dei-me conta de que estava faltando energia e arranquei a máscara do CPAP, voltando a respirar normalmente. Infelizmente descobri que, por enquanto, sou irremediavelmente dependente dessa maquininha. Se é pela qualidade de vida no dia seguinte, bem-vinda! Viva o CPAP! Mas, em todas essas coisas, sou mais que vencedor. Tenho a graça e a misericórdia do Senhor sobre mim, e isso me basta.
Só depois das três e meia é que pude voltar a dormir, com o restabelecimento do suprimento de energia.
Ufa! Essa foi por pouco!