SOBRE LUA E LUARES.
Tenho sorte, muita sorte. Da minha janela consigo vê-la em toda sua desafiadora majestade.Ela está lá, contemplando seus apaixonados admiradores. Nada diz, nada pensa, apenas deixa-se admirar. Fascinada, esqueço-me dos mistérios da natureza humana e divago sobre os do universo. Quer saber? Por mais que a ciência explique e torne a explicar, não consigo entender essa infinitude do cosmos. Onde começa e acaba? Qual a causa primeira? O Big Bang? Mas quem causou o causador do Big Bang? Ah! Deixa prá lá! Continuo admirando a lua. E nessa subserviência , estou em alguma praça, namorando, no tempo em que se podia namorar sem temer os malfeitores. E lembro-me do dia em que eu e ele, querendo apenas a luz do luar, quebramos a lâmpada do postinho bem em frente ao banco onde sentávamos. Era um tempo em que as transgressões tinham um toque de romantismo.
O sono chega, saio das minhas divagações sem nenhuma conclusão nova, apenas que toda vida que há no cosmos e sobre a face da terra, tem sua aura de mistério.