Adeus

O dia amanheceu. Era chuvoso. As nuvens escuras e misteriosas tapavam o sol e o deixava sem respirar, com apenas alguns dos teus raios brilhantes para mostrar que ainda era dia.

Um homem. Um banco. Uma esfera. Uma dimensão.

Em seu pensamento as estrelas fugiam, o sol as assustava. Seu pensamento era turbulento. Os olhos se mantiveram fechados o tempo todo.

Uma perna sobreposta à outra e os braços sob a cabeça.

Descansar em um banco, deitado, sentindo o vento e os pingos de chuva cair sobre seu corpo, num sono profundo?

Não! Se despedindo do mundo, do vento, das nuvens, do sol, das estrelas, das árvores, das gotas de chuva...

O sentinela chega, um último adeus. Um estrondo, depois o silêncio, cabeças baixas. Logo chegaram as aves catartídeas. Agora tudo acabou, o dia escureceu ainda mais, as aves terminaram e foram embora. A alma já havia encontrado seu caminho. A ossada se decompôs e, só, restou na lembrança o último Adeus.