CUNVERSA DE FUNDO DE QUINTAL...
— Minina, num tô criditano! O Taquinho feiz isso?
— Isso, Fia! Onte de noite! Maiô cara de pau. Chegô, avisô que tava ino imbora se juntá cum Celestina...
— Dispois de tantos ano?
— Procê vê! Tem base um treim dêsse?
— E que cê feiz?
— Eu? Fiz nada... Fiquei cum dó...
— Cum dó? Cumo assim cum dó, muié?
— Pois é, juntei uns lençol limpinho, umas tuáia cherosa, entreguei pra ele...
— Cê feiz isso?
—É... Mode que tarveis a casa dos dois inda tivesse incompreta, né?
—Jesuis! Seu coração é bão memo...
— Pois num é? Sei sê doutro jeito, não. É pai dos meus fio, né?
— Mái o casamento dôceis num tava bão?
—Tava, tava bão... Qué dizê, tava mais ou meno... Qué dizê mais pra meno. Ah, tava uma disgrama, sá!
— Uai, cê nunca me contô nada... Pensei que ocêis tivesse nas mil maravia...
— É... Sô de falá pôco, cê sabe... Mái o treim num tava prestano tinha munto tempo...
— E cumé que cê tá?
— Eu? Ah, eu tô tinino! Té agora num derramei nem um tantim de lágrima...
— Mió assim, né?
— Óia aqui, Fia! Contá soprocê, viu? Tô duidinha pra vortá a vida de im antes...
—Uai! É memo?
— Qué sabê? Dá a vorta no portão, vem pra cá pra nóis fritá umas piaba e bebê umas birita...
— Umas birita?
— É, uai! Umas biritinha de nada, sá! Só pra desafogá as mágua, vamo?
—Dá a vorta no portão? Já tô é pulano o muro, cumáde!