FAZER O QUÊ?
Não o conhecíamos bem. Nasceu nas caatingas do nordeste, mas aprendeu a falar muito cedo. Até hoje fala muito; palavras esdrúxulas e capciosas. Tem rosto de santuário, eremita e erótico. Presidente da República? Sim. – “Chego lá,” dizia ele. Entre estrelas cadentes, no portão da lua, nos açoites da noite, ora lúcido, ora grogue, sonhava com o trono. O trono vivaz! Da virtude, ilusório, nefasto? Ou necessário para sua alma pertinente, solitária, em busca de sonhos incandescentes. E ele chegou lá.
Como está sua caminhada? Ora firme, ora trocando passos, caminha entre ladrões, malandros – a maioria – alguns virtuosos, benfeitores, distribuindo cestas básicas para os pobres (uma maneira de colher votos). A turbulência é visível. O país chora, grita em noites de escuridão com ladrões e malandros esparramando violência. As cadeias já não suportam o peso da malandrice dos que rodeiam o presidente e dos que recebem o pão para matar a fome. Fazer o quê?
O país está estupefato, está paralisado, abobado, mas... ninguém briga, ninguém age, ninguém faz nada! Também fazer o quê? A turbulência que sacode o Brasil sacode o mundo inteiro! Talvez estejamos precisando de outro filho de Deus para nos salvar.