Espinafrada Zen

Ao Sr. Diretor Cara de Espinafre

Olha, você não é ninguém. Ser alguém exige mais do que talento. Você precisa ganhar tempo falando de metodologia. Pessoa física não é ninguém. Você é diretor,mas nunca passará de alguém pessoa física. Compreende? Se a chance de não ser ninguém existe, você acertou. Necessária é a metodologia. Rui Barbosa que era um gênio já dizia qualquer coisa que você nunca lembrou. Quer ser um Rui? Use metodologia. Qualquer metodologia. Metodologia de pesquisa e da produção científica, pronto. Você vai longe, diretor. Peritos lhe beijaram a testa.

Já que observamos de cima, melhore alguma coisa. Temos tempo para que você gaste aprendendo gramática da lingua portuguesa I e II. Você alcançará ainda melhor o ponto alto e despencará lá de cima acreditando que Bartolomeu Bonaparte era francês. De propósito.

Você é escritor? É ou não é? Em caso afirmativo diga sim, pule corda e escove os dentes, diretor para alcançar um bom nível na linguagem. Temos iInterpretação e produção de textos, pacote especial para você, chefete e nem é bom que você leia. Bomba no diretor, já! Leão com bafo. Tem introdução a linguistica? Ah, Não! Baque. Sabe que linguistica nada tem a ver com embutidos, assados, coisa e tal? Você mentiu. Sublinhou categoricamente que o chester da festa tinha a ver com linguistica. Pois bem. Ripa na ilha forçada dos gabaritos, seus filhos são insanos e você diretor, um monstro acéfalo.

Represente bem cada tema isto impressionará o seu pai já gasto pela vaidade da inutilidade vitalicia. Recorde: Só será reconhecido como alguém na vida se acaso trilhar estes caminhos academicos. Meta-se com um trabalho de conclusão de curso. Meta-se numa boa análise do discurso de algum filosófo besta. (Diretor que é diretor dispensa filosofia e apresentação) Não recuse bajulação que nada tem a ver com abajur. Creia em literatura interativa como secundária, mas moderninha, tecnológica. Fácil de esquecer. Escreva coisas baratas, alegres e viúvas de mistérios. Mistérios não se prestam as comédias, diretor. Querido.

Sabe com quem está falando? Não. Pois observe como tudo é linear, tudo é reto, tudo é fixo, tudo está inconcluso, e sem resultados palpáveis. Você é a chave da rocha que fechou a caverna e foi engolida por um burro bem néscio. Devia permanecer por lá onde nasceu o diretor. Sabe que mesmo bacana você é chato, maçante, portador de angústias fúteis. (Repetir) Aceite as normalizações e padronizações e esqueça o filme do muro que agitou os cabelos vagabundos de uma era jovem. Nós somos o muro e agora caimos fuzilados num expediente onde tombamos nosso trabalho fino que é discriminar, peneirar, esquartejar calculadamente quem vai envelhecer sem nenhum para depois defenestrar com notas os possíveis conceitos desajustados. Nossa classificação talvez ganhe tudo o que o método promete. Elimine. Temos gosto pela eliminação de tudo o que pareça real e exemplar. Temos os desclassificados, diretor. Você que acha que yoga é dança do ventre, desclassifica. Os desclassificados que se danem. Essa é a coerência, essa a coesão, e até o pseudo surrealismo da lógica.Diretor.

Tércio Ricardo Kneip
Enviado por Tércio Ricardo Kneip em 22/02/2011
Reeditado em 22/02/2011
Código do texto: T2808839
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