Por que os sonhos se repetem?

Há dois assuntos que constantemente povoam os meus sonhos. Não que sejam perturbadores, mas me deixam intrigados.

Um é sobre a empresa na qual trabalhei por uns trinta anos até me aposentar. Apesar de já fazer vinte anos, sempre sonho que estou chegando atrasado, o balancete

não fecha. Outro dia sonhei que tinha retornado ao serviço e logo reclamei ao contínuo onde estava a minha máquina de escrever. Hoje, não há sequer uma máquina na agência ou algum contínuo. Lembro-me que quando surgiram as calculadoras eletrônicas, aquelas manuais foram recolhidas. Havia uma especial para calcular, na manivela. Um colega gostava tanto de trabalhar com ela que não a dispensava. Quando ele se aposentou, demo-la de presente. Até hoje a conserva em seu escritório e diz que quer ser enterrado com ela.

Outro assunto que sempre me vem à baila é a faculdade. Devo ter deixado alguma pendência. Ora estou prestando prova de alguma matéria, ora estou desesperado porque o trabalho de conclusão do curso não avança. Converso com os colegas, suas fisionomias são conhecidas, mas não me lembro de seus nomes. Por falar em antigos colegas, recentemente, encontrei uma do Curso de Letras, cuja formatura foi em 1973. Foi uma satisfação enorme trocarmos lembranças e impressões após 37 anos. Outro que me encontrou, foi um colega do Curso de Jornalismo, de 1992. Ele está no Japão.Foi graças ao Facebook. Mas a conversa teve um sabor de nostalgia. O que vivemos lá atrás não retorna ao presente, por mais que os nossos desejos sejam intensos.

Freud não explica isso. Terá alguém que saiba o porquê disso tudo?