CORA CORALINA
Existe um fato em minha vida que precisa ser registrado. Quando morava em Brasília, já era admiradora incondicional de Cora Coralina; pedi ao marido que me levasse até Goiás Velho, para conhecê-la. Saímos minha filha grávida e marido, a fim de passarmos o fim de semana.
Neste ano, Cora tinha feito em Brasília, já com quase 80 anos, o lançamento do seu primeiro livro. Machucada pelos anos de muitas lutas, não deixou de ser guerreira; falava firme, com convicção.
Quando chegamos a Goiânia, ficamos sabendo que ela estava na cidade, em casa do prefeito, seu sobrinho. Fiquei desapontada, mas não desisti. Consegui o telefone da casa do prefeito e ele atendeu. Convidou-nos para um encontro em sua casa; só que, depois das duas, pois Cora repousava. Convenci a turma a almoçar em Goiânia e fazer a visita.
Foi inesquecível. Ela, muito simpática, falou bastante de sua vida, da luta para se tornar escritora conhecida. Perguntou à minha filha como iria chamar sua filhinha. Cláudia disse: - “Ana!” Cora falou: - “Vai ser minha xará!” Ficamos admirados, pois não sabíamos que ela era Ana. Tiramos fotos que guardo com muito carinho e seguimos para Goiás Velho, terra de Cora, cidade plena de tradições. Visitamos sua casa à beira do rio e vimos muitos tachos, enormes, onde Cora fazia seus doces.
Se você na leu Cora Coralina, leia:
“Estórias da Casa Velha da Ponte”
“Vintém de Cobre”
“Meu Livro de Cordel”