NÃO FOSSE ELE...



 
Para desviar das pessoas que se encontravam enfileiradas à entrada do restaurante, achei melhor dar a volta por um pequeno jardim lateral – onde havia gente também. Ao terminar de descer uma rampinha pisei em falso e lá se foi meu equilíbrio... Estiquei os braços (talvez instintivamente para buscar apoio, que não encontrei) e fui empurrando quem estava à minha frente. Em franca aterrissagem bati a cara no traseiro de uma mulher (que se assustou) e logo alcancei o chão. De bruços. Depois rolei e fiquei estatelada de costas, só dizendo ai, ai, ai... Dali o que eu enxergava eram vários rostos apreensivos, entre eles o do meu marido, e muitas mãos prontas para me ajudar. Como eu não tinha forças para levantar, daquele modo permaneci por alguns segundos enquanto todos me olhavam... Só depois criei coragem e deixei que me puxassem. Em pé, percebi que o dano maior tinha sido no joelho direito. Imediatamente alguém apareceu com um saquinho de gelo.

 
Felizmente nada de grave aconteceu além do joelho ralado que logo inchou e agora está enfaixado, reclamando um pouco. E eu estou aqui tentando visualizar a cena, me vendo de braços abertos como se fosse voar... Só que em vez de subir, desci. E por sorte encontrei aquele bumbum, que afinal de contas serviu para amortecer a queda. Não fosse ele, acho que eu teria quebrado alguns dentes...








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