Religião a Gosto
“Deus criou o homem a sua imagem e semelhança”. Numa desastrada “engenharia reversa”, o ser humano, tenta “antropomorfizar” o Criador. A partir de uma leitura parcial, literal e tendenciosa das escrituras, criam-se religiões e seitas no atacado e no varejo, para atender os conceitos, preconceitos e interesses de grupos e/ou pessoas. Assim, ao lado das religiões sérias e respeitáveis, proliferam caricaturas de religião, que pregam uma versão caricata e apequenada da Divindade.
Vejamos:
Tem a “religião longa vida”, vem pronta para consumo, é empurrada goela abaixo sem direito a questionamentos. Aceita-se cegamente e pronto! Raciocinar é coisa do Diabo.
Já as religiões transgênicas, teologicamente modificadas, se adequam ao gosto do freguês.
As religiões “habeas corpus”, são a “salvação” de marginais, viciados e corruptos, supostamente “arrependidos” (até o próximo deslize).
As religiões “advogado”, adotam a velha máxima: “Para os amigos, tudo! Para os inimigos, a lei!”.
Na religião “político”, impera o “é dando que se recebe”, quem não pode dar R$1.000,00, dá 100, 10, vale transporte, a roupa do corpo...
As religiões “imobiliária” garantem luxuosa moradia celeste, com vista privilegiada para o altíssimo.
Nas religiões “feira livre”, a “salvação” vem no grito. Para “Deus e o mundo” ouvir.
Nas religiões “bad boy”, tem castigo até a terceira geração, senhor de exército, Deus vingador... – Não sei porque, de repente me lembrei da inquisição, das cruzadas, guerras santas (?), fundamentalismo, fariseus, sinédrio...
Nas religiões “fashion”, as coisas mudam segundo a moda. São também conhecidas como religiões “baile”, “dançam conforme a música”.
Nas religiões “vale-tudo”, “os fins, justificam os meios”, é “com eles, contra eles, por nós”.
Por fim, chegamos às religiões “balaio de gato”, nelas se mistura tudo e mais alguma coisa.
Antigamente “a religião era o ópio do povo”, hoje temos que fazer uma anamnese, para identificar a droga.
Brincadeiras à parte (como dissemos no inicio), existem muitas religiões sérias que buscam verdadeiramente ser o elo de religação dessa humanidade tão conflitada e materialista, com Deus. A fé não é incompatível com a razão, alienação não é sinônimo de espiritualidade e quando procurarmos entender Deus, ao invés de temê-lo, encontraremos o endereço perdido (?) da verdade e da paz.
Antonio Pereira (APON)
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