ALGUM TEMPO ATRÁS
 
Ao ler uma carta de um amigo, saudosos meus olhos marejaram, e se encheram d’água querendo retornar a algum tempo atrás e ver nossos amigos sorrindo, por termos algo a mais.  Recordando que neste mesmo lugar por tantas vezes ouvimos e vimos nossos pais nos chamar depois de jogarmos uma pelada numa das campinas próximo a nossas casas.
 
Ainda recordo que muito que dentre nós acontecia era simplesmente uma briguinha boba por causa de algum resultado ou por causa de um gol anulado sempre, sempre numa final.
 
À tardinha, ou mesmo bem de noitinha nossos avôs colocavam suas espreguiçadeiras nas calçadas, ouvia-se alguma outra noticia vindo de um rádio de pilha. Como era bem gostoso tomar uma xicara de café com leite na rua vendo algumas vezes sob a luz de um poste alguém também jogar dominó, as pedras deslizavam pra lá e pra cá nossos amigos às vezes deixavam escapar algum ou outro nome estranhos, mas no mais outros amigos corrigiam e se muito feio, pedia-se para não se pronunciar mais.
 
Tudo isto num só repente passou, o vento ligeiramente soprou mais forte e levou, enquanto cada recordação a mais o tempo por ser mais experiente jamais deixou voltar e simplesmente tudo modificou, ficou bem lá dentro de nós guardado.
 
Hoje já não vemos nossos pais se debruçarem sobre suas esteiras jogando conversa fora cheios de bossa contando causos que não se capitulam, nem sequer alguma semelhança se apresenta neste tempo presente, porque decerto lá no futuro já nem mesmo seja tão igual como se vê ser agora.