NORZINHO (ANTENOR)

NORZINHO (ANTENOR)

O dia não se definia. Não o dia comum. Refiro-me ao dia que acontece no interior de cada um de nós e que independe da atmosfera a que estamos submetidos.

Foi num desses dias que Antenor,(ele odiava esse nome), começou a pensar em fazer uma retrospectiva na história de sua vida.

Verdade se diga, mal tinha começado a se vestir para trabalhar. Desistiu.

Atirou-se ao sofá. Droga! Nem sabia como seria o seu dia e já estava com aquela calça preta!

Sem camisa,descabelado...Olhou ao redor. Olhou.Olhou e não viu nada. Olhou por olhar. Olhou sem ver. Afinal - não olhava para fora! Olhava para dentro de si...e como estava vazio! O que esperava?

Era assim mesmo. Todo mundo vazio!

Surpreendeu-se: todos robôs!

Os tais humanos, sim senhor, uma população de robôs!

De onde veio esta idéia?

Devia estar cansado. Não tinha bebido.

Mas a idéia de que obedecemos a ordens como se ordenássemos...não lhe saía da cabeça.

Resolveu:

- Hoje vou fazer diferente!

Logo pensou: nem isso foi idéia minha!

- Gente! Eu não tenho idéia própria! A minha cabeça é ocupada por um ser que registra minhas experiências e daí dirige minhas atitudes! O tal do Cérebro!

Eu li noutro dia, que quase nada se sabe sobre Ele. E não vai se saber tão cedo. Só quando Ele permitir!

Conclusão: cada um de nós é um ET !

Antenor estava estupefato com a descoberta!

Perdão! Norzinho, como ele gostava de ser chamado, ficou encantado com esta brilhante análise e dedução. Com esta sutil e perspicaz, linha de raciocínio. Sentiu que seu dia seria inusitado.Sua vida tomaria novo rumo.

Decidiu:

Daqui para adiante ele pensaria duas vezes - antes de fazer o que lhe viesse à cabeça!

dacosta
Enviado por dacosta em 19/02/2011
Código do texto: T2801062
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