O BBB E A CNBB
Das siglas socialmente incompatíveis...
Hoje novamente me desviei do meu intento de escrita, meu assunto seria outro, exatamente como vem acontecendo quando vez ou outra ligo o computador e uma notícia me encanta a me desviar a atenção para o seu conteúdo.
Desta vez apenas li uma chamada que nos informa de que a CNBB, a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, se posiciona frente ao BBB , qualificando-o como um "atentado à dignidade humana".
Eu, como pessoa e como telespectadora que garimpa programações úteis pela televisão brasileira, embora saiba que esta dificuldade de garimpo não é privilégio do Brasil, algumas vezes me coloquei quanto à opinião que tenho sobre os realitys shows, especialmente ao surreal BBB.
Confesso que nesta versão dois mil e onze, eu sequer sei do quê e de quem se trata ali, pouquíssimas vezes assisti aos BBBs ao longo desses onze anos e o pouco que ali vi já foi o suficiente para classificá-lo como uma degradação do que tem de mais degradante na conduta animal do segmento irracional do "ser humano".
Obviamente que para alguns, senão para muitos, se colocar contra a programação seria um ato de falso moralismo.
Digo-lhes que não. Acho mesmo um ato de coragem, como tem sido um ato heróico o de se nadar frente a todas as correntezas dos tempos.
Moral está acima de qualquer ação que advenha das intenções escusas da programação do BBB, inclusive a de desnortear a crítica que permeia a inteligência humana.
Ali a moral é amoral, já tão falsa que não comportaria o falso moralismo de alguns expectadores, a perturbar a inépcia e a amoralidade de quem presta um deserviço social à já tão prejudicada e conturbada formação de jovens incautos e desavisados.
Ali, trata-se o sexo como "expurgo do humano", nem digo a sexualidade, porque apenas a espécie Homem se presta à tal ciência, colocando-o como degradante expressão das necessidades físicas mais primitivas do mais baixo ser da escala "animal irracional".
Dificíl acreditar no que ocorre ali.
Em nome da audiência aqui no Brasil se aniquila qualquer moral.Tudo se faz pela tela e pelo lucro que dela advém.
Ademais, é chique e moderno participar dos paredões que a bem da verdade colocam a sociedade inteira na berlinda da degradação.
Confesso que não li a opinião dos Bispos, mas não é difícil supor o seu pensamento, e claro que alguém poderá dizer que Igreja alguma tem absolutamente nada a ver com o que ocorre na televisão.
Penso que têm sim.
Aliás, vou além. Penso que todos os setores da sociedade são responsáveis pela onda de degradação dos valores sociais que vêm pairando sobre nós, tão largamente difundida pela televisão brasileira.
Penso que até o Ministério Público deveria se colocar, se é que já não se colocou, desconheço, ao menos para levar o BBB para horários menos acessíveis por parte daqueles que ainda estão em formação e ainda não conseguem discernir sobre todos ou sobre os estarrecedores lixos.
Parabenizo a CNBB pela coragem de se colocar. Falta-nos atitudes corajosas aqui no Brasil.
Não estou aqui para falar desta ou daquela religião, longe disso, porém penso que os setores conscientes que representam os diversos seguimentos da sociedade, ainda que os religiosos, e mesmo os demais setores responsáveis diretos pelo desenvolvimento social, deveriam zelar pelo que se propaga ao ar, verdadeiras deteriorações subliminares dos valores humanos universais, cuja verdades são pétreas e ecumênicas, todas pertencentes à dignidade humana e cujo interesse de corrupção nos grita livremente solto, a ferir aos nossos já tão violados sentidos.