Sobre criatividade

Para alguns o ato criador é considerado um espanto.

Tudo já está concluído e pode ser adquirido. Para que serve a criatividade? Ela é anulada pelo consumo instantâneo.

Até o sentimento ganha forma sintetizada pelas referências de paixão ou culto. A imitação tem o poder da facilidade. A repetição de algo fácil é um sucesso.

Com o tempo os homens começam a perder a capacidade criativa. Ocorre então um fenômeno raro: o desejo devastador da criatividade. ´

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A criatividade mora lá já tão longe que no seu tempose fixou a própria loucura, amiga da imoralidade irracional, aos olhos ao primeiro fundo de todas as coisas a que devemos sumo respeito.

A necessidade torna-se imperiosa de tal modo que se desviam os homens para um labirinto cego e com asas de cera. Os que escolhem a criatividade são reprovados pela maioria incapaz de concluir o fenômeno instaurado em seu convívio.

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O fenômeno da ausência ao direito de recombinar, diferenciar, trocar de estado, modificar mitos, compreender a realidade dos mitos enquanto mito, para logo depois conceber uma idéia própria e natura, distante escraviza.

A primeira vista temos a perversão, mas ela ainda está sobre a égide do desejo de ter sido muitos, grandes personagens, numa só vida desenhada em cada desejo. E é por isso que antigamente iamos de máscara ao velório dos mortos.

Por concordor que durante toda a vida construímos diversificadas faces, para não pesar sobre nós a última. Tendo por princípio a antropomorfia dominada, modificada, e, predisposta ao consumo das coisas práticas. Assim é o centauro abatido para depois ser novamente readquirido, comprado. As transformações de fundo.

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A vida imitativa é a maior de todas as faces. A exceção é localizada com máximo desprezo.

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Nasce um tipo de elite entre quem compreende as máscaras e o sofrimento de Dali. Dali murmurando: não quero ser Dali.

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Tércio Ricardo Kneip
Enviado por Tércio Ricardo Kneip em 18/02/2011
Reeditado em 18/02/2011
Código do texto: T2799267
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