EMPRESA E TRABALHADOR LUCRAM
Em um laboratório da Universidade Federal de Mato Grosso vários tipos de animais vivem em cativeiro. Assisti uma reportagem que mostrava como os pesquisadores estudam o comportamento do estresse nos animais. O cortisol é um hormônio do estresse, sendo estudado através das fezes dos animais. Uma das observações e estudos foi com o caso do cachorro do mato, chamado de "lobinho". Verificou-se que nas fêmeas que sofriam, uma vez por mês, anestesia, para passar por estudo, o seu nível de cortisol aumentava na véspera do procedimento e um dia após. Este estresse em ambiente livre é normal e bom, porque prepara o animal para a defesa ou o ataque. Entretanto,no cativeiro, o estresse era desencadeado da mesma forma, embora o estímulo fosse outro.
Observou-se um casal de "lobinhos" com os filhotes e estavam harmônicos. Já em outro caso, a presença do macho fez a fêmea comer o filhote. O macho a estressava. Com a retirada do macho, a fêmea cuidou bem dos filhotes. Esta e outras pesquisas impulsionam o conhecimento e muitas podem e devem ser repetidas em relação ao estresse no homem. Este é saudável até certo ponto, mas a partir daí torna-se prejudicial à saúde, desencadeando inúmeros males, como já estamos cansados de saber.
As pesquisas indicam que 70% dos trabalhadores brasileiros sofrem de estresse, gerando nos dias atuais um gasto aproximado de 141 milhões de reais. Só poucas empresas estão atentas ao problema, percebendo que o trabalhador satisfeito produz mais e faz a empresa crescer. Ultimamente, o setor dos Recursos Humanos de algumas empresas despertou para o problema, sensibilizado para promover condições favoráveis a evitar o estresse que, muitas vezes, é provocado por chefes autoritários, insensíveis, intransigentes, sem perceberem que eles próprios são entraves no fluxo da produtividade. Parece-me que pouco adianta o setor de Recursos Humanos apenas se voltar para os funcionários na linha abaixo do comando geral. O foco tem que ser geral. Os ganhos das empresas são facilmente notados, após uma reavaliação geral de todos que compõem a máquina funcional, em relação ao grau de satisfação.
Quando o estresse está presente em vários trabalhadores, o que mais se vê são pessoas esgotadas, no limite de suas energias, com atitudes não racionais, como o choro com facilidade, explosões de raiva pelo descontrole emocional, irritabilidade, sendo o fator mais preocupante, apontado em pesquisas, o temor em perder o emprego, porque envolve a sobrevivência. Uma das saídas tem sido o emprego de atividades físicas, antes do início das atividades. Uma outra é, após o almoço, o fazer a sesta, ao modelo europeu, apenas de quinze a vinte minutos de soneca é capaz de promover um relaxamento para se ficar mais produtivo.Um grupo inglês de pesquisadores: Cochrane Depression, Anxiety and Neurosis, fez estudos entre 1974 e 2005, comprovando a eficácia da planta medicinal cava-cava, que é originária da Malásia e ilhas da Polinésia.Outra alternativa para quem tem indícios de estresse, podendo consumir o produto natural, encontrado em farmácias. É indicado, segundo os pesquisadores, o seu consumo entre uma e vinte quatro semanas, sem efeitos colaterais.
Como faz todo sentido o precisarmos do outro para compreender a nós mesmos, que este outro esteja sensibilizado para não ser o causador do estresse que leva ao adoecimento. O estar saudável é fundamental para ser mais produtivo, ter mais equilíbrio emocionalmente para tocar a vida em todas as esferas. Está provado que o incentivo é capaz de ativar a região de recompensa no cérebro e haver a liberação da dopamina, substância que traz bem–estar.Sendo assim, trabalhador sem estresse e feliz é certeza de mais rendimento e mais lucro. Empresa e trabalhador saem ganhando.