PARA ALÉM DA ETERNIDADE...
Eu bem que senti uma voz de anjo soprando aos meus ouvidos: ”dê um abraço nele”, “fale o que você tem para falar com ele”. Naquele momento eu não consegui entender o porquê daquela mensagem, só sei que fui embora com um aperto no peito. Antes de dobrar a esquina, me virei umas três vezes e ele permanecia me olhando de longe, na calçada em frente a casa.
Esse foi nosso último encontro e eu não o abracei nem disse o que poderia ter dito. Talvez ele tivesse ainda tantas coisas a me dizer. Conselhos a dar. Mas as palavras morreram com ele. E as minhas secaram na garganta, antes mesmo de se tornarem audíveis.
Mas eu sei que hoje, de onde está ele pode ler meus pensamentos. E mesmo que o anjo, num momento de descuido deixe de me avisar, ele saberá o que tenho para dizer. Entre nós, nenhuma palavra mais morrerá sem a sua devida interpretação. Nenhum ponto, nenhuma vírgula deixará de estar no lugar certo, e eu sei que você sabe exatamente qual é o lugar certo.
Hoje estou convicta de que você vive, meu pai! E as palavras vivem entre nós. Você dita poemas, que eu assino como sendo meus, mas é você quem sopra aos meus ouvidos todas as rimas. Naquele cordel, você me ensinou versos que eu nem sabia! Sem mais nem menos, por obra do acaso, seu poema foi parar na primeira página do meu livro. E com letras bem vivas!
Palavras não morrem jamais! Muito menos com a nossa ida para a eternidade. Palavras permanecem para além da eternidade...
Foto: Acervo da autora
Eu bem que senti uma voz de anjo soprando aos meus ouvidos: ”dê um abraço nele”, “fale o que você tem para falar com ele”. Naquele momento eu não consegui entender o porquê daquela mensagem, só sei que fui embora com um aperto no peito. Antes de dobrar a esquina, me virei umas três vezes e ele permanecia me olhando de longe, na calçada em frente a casa.
Esse foi nosso último encontro e eu não o abracei nem disse o que poderia ter dito. Talvez ele tivesse ainda tantas coisas a me dizer. Conselhos a dar. Mas as palavras morreram com ele. E as minhas secaram na garganta, antes mesmo de se tornarem audíveis.
Mas eu sei que hoje, de onde está ele pode ler meus pensamentos. E mesmo que o anjo, num momento de descuido deixe de me avisar, ele saberá o que tenho para dizer. Entre nós, nenhuma palavra mais morrerá sem a sua devida interpretação. Nenhum ponto, nenhuma vírgula deixará de estar no lugar certo, e eu sei que você sabe exatamente qual é o lugar certo.
Hoje estou convicta de que você vive, meu pai! E as palavras vivem entre nós. Você dita poemas, que eu assino como sendo meus, mas é você quem sopra aos meus ouvidos todas as rimas. Naquele cordel, você me ensinou versos que eu nem sabia! Sem mais nem menos, por obra do acaso, seu poema foi parar na primeira página do meu livro. E com letras bem vivas!
Palavras não morrem jamais! Muito menos com a nossa ida para a eternidade. Palavras permanecem para além da eternidade...
Foto: Acervo da autora