MENTIR...CRESCER.

“Um dos motivos mais poderosos que conduziram o homem em direção à arte e à ciência foi a de escapar do quotidiano.....”. Escapa-se do quotidiano, por algum tempo, em alguma direção, fugimos de nós mesmos, como apontado por Einstein, mas não por muito tempo.

O egoísmo cobre o mundo. O bem, recusado, é a raiz.O bem é inocente, é como “a lei do amor ( que) pode ser melhor compreendida e aprendida através das crianças”, como ensinou Gandhi. Falta caridade para a humanidade, é um universo pequeno o dos seres caridosos, uma das razões do escape. Por quê?

“Quando a raiz é descuidada, não pode o que dela nasce ser bem ordenado”, ratificava Confúcio. Um ser humano com essa conduta pena, e sofre, por isso muitos não acreditam em nada que esteja fora de si. Pois é fora de nós mesmos, material ou imaterialmente, que se realiza nosso interior, quando achado o verdadeiro Deus e abençoado pelo ensinamento de seu Filho.

E a raiz, o que cresce e frutifica, só pode crescer e dar frutos para alimentar o que está fora de nosso corpo, da nossa mente, é o gesto de generosidade que as almas pequenas não divisam, só o que está dentro de si, nebulosamente entendido, confusamente, na confusão que vivem essas almas. Tudo que nasce cresce para se expandir, para o mundo, para o exterior. A ótica de prevalência do eu-mesmo é possessiva e inferior.

O que está dentro de nós, deve ser bom, generoso, dadivoso, caridoso para doar, como o Deus que está dentro de nós por estarem fora seus filhos a quem quer que se doe amor, desvelo, cuidados, socorro, consideração, dignidade reconhecida. O Deus que está dentro de nós, se achado, quer doação, generosidade, caridade para com a irmandade que somos em unicidade, projetado para o exterior em amor. Se não há amor, não há doação, somos portas cerradas, somos o dentro de nós, egoístas, ou seja, nada em crescimento, somente mentira.

Não só a um irmão de sangue devemos ter o máximo desvelo, infinita doação, isto é o mínimo, mas a todos nossos semelhantes.

Deus não gosta de mentiras, nem pede que Nele acreditemos, mas não deu a ninguém o direito de qualquer um se tornar um seu competidor.Não existe o Deus de cada um, mas a Lei Moral, a Lei Moral que deve ser padrão de cada um é Deus,e o ímpio não deve falar em nome de Deus, mais pagará, muito menos pretender concorrer com sua majestade. Temos o nosso Deus e de todos conosco, dentro de nós se seguimos a Lei Moral, não sendo algoz de Deus no que ensinou oralmente seu Filho, Jesus.

Seria a máxima mentira, imperdoável. A ausência de mínimo crescimento em ser, dizer ter Deus dentro de nós e agirmos contrariamente ao que é minimamente exigível em caridade e conduta.

Tolstói mostrou esse antagonismo entre o método de Jesus e a conduta humana fazendo-o em palavras candentes de sabedoria atilada:

"A prova da observância dos ensinamentos religiosos exteriores é se a nossa conduta se conforma ou não com os seus decretos. Tal conformidade realmente é possível. A prova da observância dos ensinamentos de Cristo é nossa conscientização dos fracassos em atingir uma perfeição ideal. O grau em que nos aproximamos dessa perfeição não pode ser visto; tudo o que podemos ver é a extensão do nosso desvio. Um homem que professa os ensinamentos de Cristo é como um homem que carrega uma lanterna: a luz está diante dele, sempre iluminando um pedaço de chão novo e sempre encorajando-o a caminhar mais. Por outras palavras, a prova da maturidade espiritual não é quanto estamos "puros", mas, sim, a conscientização da nossa impureza. Essa mesma conscientização abre a porta para a graça." - Leão Tolstoi».

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 16/02/2011
Reeditado em 16/02/2011
Código do texto: T2796162
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