O ADEUS DO FENÔMENO

É inegável que a HISTÓRIA do futebol brasileiro e mundial reverencia o Ronaldão-o fenômeno que por três vezes recebeu o título de melhor jogador de futebol do mundo, e que hoje, numa coletiva à imprensa, parou o país e o mundo desportivo por quase uma hora, no que me pareceu uma programação em cadeia de televisão, para anunciar o fim da sua carreira desportiva, aliás, depois de várias polêmicas quanto a sua ruim atuação no Corinthians, principalmente depois da eliminação do Timão pelo Tolima, no jogo que valia a classificação para a copa Libertadores.

Ronaldão parecia abatido, decepcionado com a forma com que a torcida o responsabilizou pela eliminação do Corinthians daquele campeonato.

Em certas partes do discurso deu a impressão que se sente extremamente vitimizado por tudo e por todos, como se sua passagem pelo futebol tivesse lhe valido um imensa desventura pela vida.

Não é verdade.

Ronaldão sempre foi muito bem reconhecido técnica e financeiramente "enquanto jogava futebol com excelência" e todos sabemos que a carreira de jogador é extremamente curta, muito dependente de vários fatores, tantos ligados à disciplina do jogador quanto aos ligados à adversidade do tempo que não poupa ninguém.

É certo que o Fenômeno deu grandes alegrias ao povo brasileiro, porém também nos deu muitos stresses, talvez o maior deles naquele episódio da decisão duma final de campeonato de Copa do Mundo de Futebol, no qual o Brasil perdeu para a França depois dum inexplicável mal estar do jogador.

A meu mero ver de expectadora de futebol a "Saga do Fenômeno" começou quando ele retornou do mundo ao Corinthians, através duma onda de mídia que tentava passar ao torcedor a imagem dum jogador que Ronaldo tinha sido, mas que parecia não sê-lo mais.

Hoje, no seu discurso, Ronaldo informou que é portador de hipotireoidismo, uma doença que modifica todo o metabolismo do organismo e que coloca as pessoas em "Câmera lenta" , justificando que seu peso foi aumentando ao logo do seu problema de saúde.

Portanto, a se concluir que a falta de condições para ser desportista lhe vem ocorrendo de longa data , posto que é a doença é crônica e precisa dum bom tempo para aumentar a "massa gorda" da composição corpórea.

Então, ficou ratificado pelo próprio jogador a ideia de que se tentou passar ao seu público torcedor a imagem que já não correspondia à sua real condição desportiva.

Ronaldo não é vítima e tampouco um "perdedor" como tentou insinuar nos dizendo que perdeu para o seu corpo.

Ronaldo, como todos os desportistas e como todos nós seres humanos, perdeu naturalmente "o corpo desportista" para o Tempo, deixando períodos maravilhosos a serem lembrados e reverenciados.

É da vida. Todas as filas do tempo...andam.

Ronaldo sai do futebol com os bolsos caprichosamente fartos, como um dos jogadores mais bem pagos do mundo, que recebeu até para não jogar, e isso é só para os grandes, nos mostrando que hoje o futebol tem muitos outros interesses, e ele poderá recomeçar em qualquer outro campo de trabalho, aliás, nos tão variados campos ligados aos esportes, com o do próprio marketing que seu nome proporciona por todo país gerando o que interessa: lucro.

Gostaria de lembrar um trecho da sua fala pronunciada:"tenho dores para subir uma mera escada e na minha casa não tenho elevador".

Ô Ronaldão: Sem dramas. É só comprar um!

Afinal estamos no Brasil, aonde o jogo do meio de campo dos brasileiros é sempre muito mais "embolado" para todas as nossas dores...as do povão que não têm transporte de alívio não.

Até nas despedidas dos "deuses-craques" é necessário um pouco mais de bom senso.

Se a gente se distrai a gente chora junto com ele...

Taí Ronaldão, vou sugerir uma aptidão, dá até para você trabalhar nos dramas das novelas do Plim- Plim. É só falar com o Galvão!Aceita a minha sugestão.

Êpa, tô só brincando.

Valeu Ronaldo, boa sorte nessa sua nova fase empresarial que se inicia.

Com toda certeza... ela lhe será fenomenal!