AH,QUANTA SAUDADE SINTO!
Hoje, assim TPMemente,sinto-me emotiva além do que sou
no dia a dia. Estava vendo a história de vida de uma moça que se
emocionava ao falar de sua avó que morrera,e falava de um quadro
pintado por ela que retratava parte da história das duas.
Pensando no papel que tem o amor no início das nossas vidas,e no
quanto isso faz diferença para o bem,me peguei chorando!
A minha história tem muita dor,abandono e carência de afeto.
Quando ainda bebê,meus pais se separaram e eu ouvi até os 14
anos,que meu pai havia ME abandonado. Nos víamos de vez
em quando,mas era uma sensação de que éramos dois estranhos.
Ele nunca me abraçou,jamais me deu uma bronca,me chamava de
filha, eu o chamava de pai,mas amor entre nós nunca acreditei que
houvesse.Ele era um conhecido,era estranho estar com ele e
chamá-lo de pai,nossa convivência era apenas de breves minutos.
Meus avós maternos,eu os perdi tão cedo, que nem lembro seus
rostos.Tenho lembrança de alguém me levantando para ver meu avô
no caixão,não lembro quem era,eu era muito criança...Talvez
quatro ,cinco anos.
Os pais do meu pai,eu nunca tive muita história com eles,mas
viveram até minha adolescência,perto de mim,de modo que, ao sair
da escola,dos nove aos treze anos eu os visitava.Lembro-me
de ser uma "visita" na casa deles,me tratavam de forma simpática,
acho que eu era uma estranha de certa forma. Mas eu gostava
muito deles! Meu avô era um sr. muito engraçado,me fazia rir
bastante, e por isso, eu voltava sempre à casa deles.
Vó era uma simpatia comigo,menos engraçada,mas me tratava bem.
Não era aquela coisa de avó que fazia doce para a neta,mas eu
achava que devia ser pala falta de convivência,e embora eles não
me oferecessem guloseimas,eu ia lá por eles,nunca esperava
receber nada.Mas meu avô me dava coisas melhores do que doces:
ele me fazia rir muito! Eu o amava por isso! E ao contrário do que
eu sentia em relação ao meu pai,com meu avô eu me sentia à
vontade.Hoje eu sei que o amava,e ao saber que ele havia morrido
depois de muitos anos sem vê-lo; eu tive a noção real de que o
amava, sem nunca ter dito-lhe isso.Ele me fazia rir,me fazia feliz
isso herdei dele,riso fácil.Tem herança melhor? Não!
Um dia,se Jeová me permitir,o verei na ressurreição,o abraçarei e
direi que o amava.Hoje lembrei muito dele,da minha mãe que se
foi há pouco tempo,e das coisas que me deixaram como herança
genética,física e emocionalmente.Hoje chorei lembrando deles,
de saudade de coisas vividas e não vividas com eles,abraços
não dados...Mas as risadas do meu avô,me acompanharão
a vida toda!