NASCER E PÔR-DO SOL NO PONTAL DA BARRA
Tenho o privilégio de ver, quase todos os dias, o nascer do sol. Cada nascimento é único, porque depende das nuvens, da posição e local em que nasce, de acordo com as estações, ou a rotação da terra (os geográficos que expliquem). Importa o que" fotografo" com meus olhos, mas sempre me deixando admirada. É o tipo da repetição que não cansa, mas, ao contrário, encanta. O pôr-do-sol não há quem não se sensibilize, porém tenho raríssimas oportunidades de vê-lo; tenho que ir atrás se quiser olhá-lo. Gosto dos dois e como não? O nascer porque é um novo dia e o crepúsculo vespertino porque representa o que foi e a certeza do que virá.
Minha amiga Marília Accioly Bandeira me convidou para ir fotografar o pôr-do-sol no Pontal da Barra. Topei na hora. Baterias carregadas das máquinas e lá fomos. Resolvemos dar uma parada no Museu Théo Brandão, para dar uma olhada na exposição de uma artista plástica, Mônica Almeida, com a temática dos Chapéus do "Guerreiro de Alagoas". As peças são recobertas de espelhos, continhas e areia brilhante. Quanto ao Museu, já que fiz outras visitas; desta vez fica a sugestão para a sua direção ampliar seu acervo, ou fazer campanha para doações de peças artesanais. Espaço físico há de sobra. Treinar melhor o guia sobre a história do folclore, sobre as fotos existentes. A seleção do estudante que guia ter como princípio o entusiasmo (não me refiro à educação). Senti falta de alguém que vibra e é isto que motiva a divulgação. Parcerias com os hotéis e/ou companhias de turismo para estimular mais visitação, já que Maceió além das praias,fica com mais esta opção.
Partimos ao Pontal. Rua longa e estreita, sempre margeando a lagoa Mundaú, repleta de lojinhas com suas toalhas a balançarem ao vento e o colorido atraindo os visitantes. Senhores tecendo as redes para pesca, outros chegando das pescarias e mostrando entusiasmados o barco cheio de massunins e de taiobas. Licença para fotos e até atraindo outras pessoas, já que vinham homens com criancinhas nos braços. Conversei com vendedor de coco que, além de comerciante que, em outras horas, pesca e borda, ajudando a mulher. Os homens do Pontal, na sua maioria, pescadores de sururu, também aprenderam a usar o tear para fazer o filé, que é o artesanato mais belo e procurado do lugar.
O lugar é imperdível para os turistas e, também, para as pessoas da terra que apreciam roupas bordadas, diferentes e dos que querem adquirir lembranças e objetos de decoração. Não há como resistir e sair de lá sem algo nas mãos. Faz bem à alma, não sei se ao bolso. Mas há para todo o gosto e preços bem atrativos.
Quase perdendo a hora do pôr-do-sol e foi ele que me motivou ir até lá. Deu seu espetáculo ao seu modo, meio escondido, mas brilhante, prateando a lagoa e sem falhar na promessa de que amanhã estará de volta com um novo dia.