Ver pra crer...

Serafina, cabra-da-peste,viúva e jovem, teve a oportunidade de casar novamente, mas preferiu "ficar na dela" para não causar traumas nos filhos.

Verdade ou mentira? O leitor por certo ficará na dúvida; eu, também, não posso afirmar, pois, não a conheci, mas na cidade onde ela nasceu, muitos falam sobre esse fato de modo jocoso.

Durante algum tempo ela se manteve em jejum com relação a sexo. Ao deitar, levantar e, esporadicamente na igreja, em suas orações sempre pedia forças para continuar perseverando.

De repente, a falta do "rala-e-rola" começou a perturbar: ela não tinha mais paciência com os filhos, a casa ficava "ao deus-dará". Vez e outra, perambulava pelas ruas mais movimentadas e ao avistar os gajos, fazia pose de "garota de programa". Mas, ao perceber alguém se aproximando, transformava-se na supermãe zelosa e desistia do propósito de estar ali para provocar os "machos cabras-da-peste"

Assim, ela continuou por muito tempo; ora vacilando, ora fugindo do pecado, como ela dizia. Mas como o ditado diz que "a última mulher a andar na linha foi atropelada pelo trem", Serafina não resistindo o galanteio de um forasteiro, rendeu-se e ficou predisposta a paralisar a greve. Na primeira oportunidade para correr atrás do prejuízo, se acertaram e foram morar juntos.

Os filhos, a princípio, não eram problemas para os pombinhos. Raramente eles estavam em casa na hora em que o casal brincava de "papai e mamãe", mas, ao correr dos dias, as rejeições (ciúmes de filhos pela mãe), de leve, começaram a interferir na lua-de-mel da Serafina.

O forasteiro, principalmente, nos fins de semanas, passou a sair todas as noites para o "forró" e só voltar no dia seguinte. Serafina,alertada pela vizinhança, pensou em ir às forras, mas logo desistiu. Em uma das tentativas de fazer ciúme ao "namorido", esbarrou com um amigão do tempo de escola, abraçaram-se, puseram a conversa em dia, trocaram beijos na face e despediram-se.

A notícia espalhou-se pela pequena cidade e alguém segredou no ouvido do forasteiro. Amuado, ele sentindo-se corno, esbofeteou a "namorida". Sem escolher lugar para bater, o primeiro bofetão foi no rosto atingindo uma pereba bem infeccionada.

Conclusão:

_ o "machão" pode tudo; a "namorida, não. Foi-se o tempo que as mulheres copiavam a "Amélia":

_ o forasteiro atirou no que viu e acertou o que não viu; Serafina rapidamente foi curada e ele está vendo o mundo quadrado.

"LEI MARIA DA PENHA, NELE"!