O Sousa News
Johannes Gutenberg aperfeiçoou, ao criar a impressão de jornal em quantidade, uma arma perigosa contra quem quer evitar a verdade nua e crua ou, às vezes, contra ou a favor de vítimas de calúnia. E, se crua, em carne viva, e, se nua, completamente despida, se torna para alguns “verdade indecente”, dedicando-se os incomodados a procedimentos de ocultá-la. Mas, como evitá-la, se ela foi escrita e reproduzida aos milhares? Evitando a sua circulação, tal qual se abateria o pombo-correio, inocente, carregando no bico, nas pernas ou no pescoço, o bilhete da mensagem.
Na Roma Antiga, do Império Romano, aos 59 anos a.C, o Imperador César favoreceu a criação do “Acta Diurna” para fazer publicidade dos seus atos. Tido por muitos como “o primeiro jornal do mundo de que se tem notícia”, escrito em papel e afixado em praça pública e nas principais ruas de Roma, com notícias militares e esportivas, nascimentos e obituários, e crônicas sobre diversos assuntos. Mas, se o Acta Diurna incomodasse os senadores romanos da oposição a César, patrícios, plebeus, clientes ou libertos, não resistiria aos seus primeiros momentos, sumiria das paredes ainda molhado de ralo grude de goma, ainda fresco. Durante a história, esse tipo de calaboca se desenvolveu, de forma surpreendente, com outras astúcias e sagacidades. Esvaziar as bancas de jornal ou de revistas, às caladas da noite ou às primeiras horas da manhã, tem acontecido até nas mais pacatas cidades. Às vezes, “pacatas” porque assim acontece.
Foi o que aconteceu, quando os hoje conceituados cidadãos e intelectuais, Paulo e Marcondes Gadelha, ainda adolescentes, motivados pelo gosto à palavra falada e escrita, escreveram o “acta diurna” de Sousa, o Sousa News, que, pelo nome, parecia ter pretensões , muito além do Sertão. Sua primeira edição incomodaria pessoas da sociedade política sousense, se não fosse Zabilo Gadelha, tio dos jovens editores, que comprasse, da Banca de Geraldo de Flande, todos os duzentos exemplares e os levasse à mãe dos iniciantes jornalistas, com a admoestação que eles “escrevessem literatura, poesias bucólicas, menos sobre política”. Ainda, ao dono da barraca, que “nenhum tostão daqueles jornais” fosse entregue aos sobrinhos, novos empresários do jornalismo em Sousa. Assim, o Sousa News teve suas horas contadas, logo nos seus primeiros passos de vida. A partir de então, Paulo e Marcondes decidiram falar e escrever em outras paragens. As sementes do Sousa News germinaram e criaram raízes que ganharam mundo. Aonde forem para falar, onde estiverem para escrever sempre recordarão do inesquecível Sousa News. Nada definitivamente falece, quando a alma é boa e se tem a paciência da perseverança diante das coisas quase impossíveis. Sobre as impossíveis diz Nélson Geraldo, em O Caminho de Gilgamesh: “Um grão de areia pode causar uma pérola, é verdade. Mas nunca, em mariscos”.
Johannes Gutenberg aperfeiçoou, ao criar a impressão de jornal em quantidade, uma arma perigosa contra quem quer evitar a verdade nua e crua ou, às vezes, contra ou a favor de vítimas de calúnia. E, se crua, em carne viva, e, se nua, completamente despida, se torna para alguns “verdade indecente”, dedicando-se os incomodados a procedimentos de ocultá-la. Mas, como evitá-la, se ela foi escrita e reproduzida aos milhares? Evitando a sua circulação, tal qual se abateria o pombo-correio, inocente, carregando no bico, nas pernas ou no pescoço, o bilhete da mensagem.
Na Roma Antiga, do Império Romano, aos 59 anos a.C, o Imperador César favoreceu a criação do “Acta Diurna” para fazer publicidade dos seus atos. Tido por muitos como “o primeiro jornal do mundo de que se tem notícia”, escrito em papel e afixado em praça pública e nas principais ruas de Roma, com notícias militares e esportivas, nascimentos e obituários, e crônicas sobre diversos assuntos. Mas, se o Acta Diurna incomodasse os senadores romanos da oposição a César, patrícios, plebeus, clientes ou libertos, não resistiria aos seus primeiros momentos, sumiria das paredes ainda molhado de ralo grude de goma, ainda fresco. Durante a história, esse tipo de calaboca se desenvolveu, de forma surpreendente, com outras astúcias e sagacidades. Esvaziar as bancas de jornal ou de revistas, às caladas da noite ou às primeiras horas da manhã, tem acontecido até nas mais pacatas cidades. Às vezes, “pacatas” porque assim acontece.
Foi o que aconteceu, quando os hoje conceituados cidadãos e intelectuais, Paulo e Marcondes Gadelha, ainda adolescentes, motivados pelo gosto à palavra falada e escrita, escreveram o “acta diurna” de Sousa, o Sousa News, que, pelo nome, parecia ter pretensões , muito além do Sertão. Sua primeira edição incomodaria pessoas da sociedade política sousense, se não fosse Zabilo Gadelha, tio dos jovens editores, que comprasse, da Banca de Geraldo de Flande, todos os duzentos exemplares e os levasse à mãe dos iniciantes jornalistas, com a admoestação que eles “escrevessem literatura, poesias bucólicas, menos sobre política”. Ainda, ao dono da barraca, que “nenhum tostão daqueles jornais” fosse entregue aos sobrinhos, novos empresários do jornalismo em Sousa. Assim, o Sousa News teve suas horas contadas, logo nos seus primeiros passos de vida. A partir de então, Paulo e Marcondes decidiram falar e escrever em outras paragens. As sementes do Sousa News germinaram e criaram raízes que ganharam mundo. Aonde forem para falar, onde estiverem para escrever sempre recordarão do inesquecível Sousa News. Nada definitivamente falece, quando a alma é boa e se tem a paciência da perseverança diante das coisas quase impossíveis. Sobre as impossíveis diz Nélson Geraldo, em O Caminho de Gilgamesh: “Um grão de areia pode causar uma pérola, é verdade. Mas nunca, em mariscos”.