Momentos proibidos

Esta noite tive um daqueles sonhos impublicáveis.

Coisas que acontecem de vez em quando e que nos despertam vontades que, quando se pensam com “responsabilidade”, trazem sempre a questão da moral: “Não pode!”. Aí fica aquele gosto de “Poxa... mas não devo...”

Deixa-me desabafar uma coisa pra você: Eu desisti de lutar contra. Pode crer, deixei de me condenar. Hoje tento me entender. Procuro expurgar o sentimento de culpa e medo.

Óbvio que não vou por aí realizando tudo o que vem na mente, porque em alguns casos teria muitos problemas. O que procuro trabalhar é o que está gerando tais pensamentos, e quer saber de uma coisa? Tenho me entendido mais.

Não posso afirmar como verdade absoluta, mas tais fugas da realidade, sejam pensamentos ou mesmo sonhos, me parecem fugas necessárias da uniformidade social que nos afetam diretamente na liberdade de ser. Assim o que fica de bom é que, mesmo hipoteticamente, posso e sou, ainda que não seja e não possa.

Vamos para alguns exemplos: Quem lê estas linhas e nunca nutriu um amor proibido, ainda que temporário? Quem por aqui nunca sonhou coisas impublicáveis? Quem nunca sentiu algo além por um marido ou esposa alheia? Quem já não acordou numa manhã e pensou “É hoje!”? Quem aqui venceu, sistematicamente e em todas as ocasiões, a tentação de assaltar a geladeira e se esbaldar no doce, mesmo durante a mais rigorosa dieta? Ou você nunca alimentou uma paixão que te fez suspirar e pensar "Ah... se eu pudesse...". Só para termos alguns, entre muitos exemplos, comuns mas que quase ninguém admite.

Pois é, ainda que você fique indignado com minhas perguntas, a realidade é que vivemos sim nossos momentos proibidos. Como já disse, hoje já não esquento tanto minha cabeça, só me dou o direito de não alimentar o que não é pra ser. Porém, não me culpo tanto, afinal a culpa pode adoecer a alma.

Claro que precisamos ter responsabilidade com nossas escolhas, mas nenhuma atitude exterior é eficaz, se no interior não convenci que “não dá”. Assim, o que nos resta é continuar com uma pequena frase que faz uma diferença tremenda na vida: “O que não quero pra mim, não faço aos outros”.

Pra terminar pense naquela pessoa que você tem como exemplo de moral e santidade. Pois bem, pensou? Ele (ou ela) vive momentos similares. Sabe por que? Porque tal pessoa está viva!

Então, não se cobre tanto... seja mais compreensivo e amigo com você!