A “MINHA” ÁRVORE
Cansada, estendi-me na cama, sem sono. Só pra sonhar.
Lembrei da minha árvore com sentimentos ternos. O que significa que estou com saudade dela. Saudade a gente sente do que está longe de nós, fora do nosso alcance. Saudade também é amor. Sentimos saudade do que gostamos, do que amamos.
Eu digo “a minha árvore” porque parece que ela me foi dada como um desejo muito forte de ter.
Quando bem mais jovem eu subia os píncaros da serra, uma parte alta de difícil acesso.
Lá, quando a vegetação e mata foi ficando diferente, mais espaçada e em chão limpo, deparei-me com uma árvore de tanta beleza, que me aproximei dela e abracei me recostando nela. Lisinha e macia ao toque. Apertei-a nos dedos e senti a maciez. Examinei descascando um pedacinho. Sua casca tem a superfície externa lisa. E por baixo, múltiplas camadas extremamente finas e delicadas, superpostas e meio transparentes. Parecia tão leve que, solta no ar, voou ao vento.
O caule ereto, rígido, protegido de tal delicada forma, sugeriu mistério. Só um botânico saberia dizer. Que mistério teria tão linda árvore? Sua galharia se espalhava em liberdades curvas.
Abracei apertada aquela árvore e comprovei sua maciez externa e rigidez interna.
E me maravilhei. Nunca eu poderia levar para o vale uma árvore daquela, pois o seu habitat era aquele íngreme chão e perto da rocha. Desci encantada.
Anos se passaram.
Certo dia passeando pela mata perto do riacho e das jabuticabeiras, deparei com uma árvore da mesma espécie e quase não acreditava. Maravilhosa e preciosa parecia a filha daquela lá do alto. Como ela foi parar ali? Talvez uma semente tenha vindo num vôo. Maravilhei-me. E amei. Parece um presente dado.
São mistérios da Natureza.
Chamei-a de A MINHA ÁRVORE. O local é muito fresco à sombra dos bambus amarelos e das jabuticabeiras antigas. Um recanto delicioso.
Vou lá, matar as saudades.
Cansada, estendi-me na cama, sem sono. Só pra sonhar.
Lembrei da minha árvore com sentimentos ternos. O que significa que estou com saudade dela. Saudade a gente sente do que está longe de nós, fora do nosso alcance. Saudade também é amor. Sentimos saudade do que gostamos, do que amamos.
Eu digo “a minha árvore” porque parece que ela me foi dada como um desejo muito forte de ter.
Quando bem mais jovem eu subia os píncaros da serra, uma parte alta de difícil acesso.
Lá, quando a vegetação e mata foi ficando diferente, mais espaçada e em chão limpo, deparei-me com uma árvore de tanta beleza, que me aproximei dela e abracei me recostando nela. Lisinha e macia ao toque. Apertei-a nos dedos e senti a maciez. Examinei descascando um pedacinho. Sua casca tem a superfície externa lisa. E por baixo, múltiplas camadas extremamente finas e delicadas, superpostas e meio transparentes. Parecia tão leve que, solta no ar, voou ao vento.
O caule ereto, rígido, protegido de tal delicada forma, sugeriu mistério. Só um botânico saberia dizer. Que mistério teria tão linda árvore? Sua galharia se espalhava em liberdades curvas.
Abracei apertada aquela árvore e comprovei sua maciez externa e rigidez interna.
E me maravilhei. Nunca eu poderia levar para o vale uma árvore daquela, pois o seu habitat era aquele íngreme chão e perto da rocha. Desci encantada.
Anos se passaram.
Certo dia passeando pela mata perto do riacho e das jabuticabeiras, deparei com uma árvore da mesma espécie e quase não acreditava. Maravilhosa e preciosa parecia a filha daquela lá do alto. Como ela foi parar ali? Talvez uma semente tenha vindo num vôo. Maravilhei-me. E amei. Parece um presente dado.
São mistérios da Natureza.
Chamei-a de A MINHA ÁRVORE. O local é muito fresco à sombra dos bambus amarelos e das jabuticabeiras antigas. Um recanto delicioso.
Vou lá, matar as saudades.