AMIZADES..PASSADO...PRESENTE.

Não visito muitas lembranças, não moro no passado, sou um voraz faminto do presente, vivo intensamente o agora, fundado e acreditado no meu “carpe diem”, o prazer de ser.

Saborear o presente em degustação madura, como em acalentado e curto gole de vinho, sorvê-lo avaramente para fazer a boca, o momento de evoluir no pensamento,no liquido de "Baco" e "Dionísio", Deuses de Roma e Grécia, alargando visões para ficar sozinho no voo tranquilo, pacificado, como na vida que premia o gosto.

Por vezes, uma “assemblage” de uvas, mistura condenada, é faustosamente prazerosa, e barata, “mission e cabernet sauvignon”, boas uvas. Como na vida, o que é mais caro nem sempre é retribuidor. As amizades são caras e nos são caras, são “assemblages”.

A vida dos iguais em “amizade” se faz na desigualdade do convívio e na fortuna do encontro. A mistura multifária e múltipla da amizade realiza esse encontro, passado e presente.

Um notável empresário da noite no Rio, de muito sucesso, com casas noturnas que se propagaram pelo exterior, afirmou que o sucesso estava na mistura, um pouco de juventude, um pouco de meia-idade, um pouco da terceira-idade. Mistura de trocas de vivências, sucesso dos encontros da noite nas casas que abria. No topo do sucesso, as passava com altos lucros, objetvo dos grandes empreendedores criativos.

Deve ser assim a criatividade da vida, viver o presente e deixar o passado no acontecido, trazer além de experiências acumuladas, o que é bom, a mistura dessa caminhada multifacetada na lida que se foi e é saudade, trazidas as saudades para o agora, vivendo aquelas neste. As visitas faltosas ficam para trás, para acelerar no presente, como em um bom V8, ou ao menos em um V6, ou quem sabe ainda em uma Ducatti 500, excelentes motores que fazem a vida ser vida.

Histórias do passado, fala de terceiros, amigos, fico surpreso; sobrevivemos.O destemor dos jovens, surpreende. A mistura, enriquece, como nos motores.

Viagens de volta.... sempre se volta para os lugares que amamos, mas as viagens devem ocupar o presente, outras cores, outros sabores, amores.....

A maturidade olha tudo indiferente e diferente, mas gosta do passado, sem visitá-lo, seus poderosos motores, de vida e prazeres, ainda cavalgados. Façamos as viagens, girando o mundo em nossos propósitos, de outra forma, descobrindo o que o passado não visitava nem em sonho.

As misturas são favoráveis, um pouco de cada tempo, uma vida inteira.

Lembranças, amigos, espalhados, em comum conhecidos, tempo fragmentado, passeado, remanescente, futuro efervescente. O presente acima de tudo, presente, vida devolvendo história, pondo balizas insuperáveis para uns, atalhando a vontade, suprimindo a liberdade, determinando limites ou abrindo insistentes espaços, heróicos, alimentando a renovação, estrada pavimentada de dores, sons e cores.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 10/02/2011
Reeditado em 11/02/2011
Código do texto: T2784149
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