SEGREDOS DE LIQUIDIFICADOR

Ontem, conversava com um amigo sobre coisas que não fazem sentido. Uma conversa estranha, porque o que faz sentido nesse mundo? O que faz sentido pra mim, pode não fazer para você. As visões são múltiplas não tem certo ou errado. Seres humanos simplesmente erram e acertam o tempo todo.

Falávamos sobre música. Contamos com uma ajudinha, o rádio estava ligado. Mas, a música que tocou bem na hora veio reafirmar o papo anterior. Aquela história das coisas que não fazem sentido. Lembra? Aposto que foi de propósito, só para me deixar ainda mais confuso. Porque devo confessar que essa é uma característica que me pertence por inteiro.

A letra é famosa, mas aparentemente estranha. Sei que muitos vão me xingar, outros podem até concordar com o pensamento. O que quero deixar claro é que o objetivo não é criticar por criticar. Quero apenas que todos reflitam sobre... É apenas uma maneira de fazer as pessoas pensarem um pouco mais, discutirem com os neurônios, exercitá-los mesmo que seja com uma coisa pequena (besteira).

Quem sou eu para criticar alguém? Longe de mim. A vilania é algo que seduz os humanos, mas juro que não é o caso. Ainda mais que tenho consciência que posso adquirir alguns inimigos que são fãs fiéis do ídolo famoso. Mas, por favor, gente! Sejam “bonzinhos” comigo. Sejam coerentes e sensatos. A sensatez é um dom! Que tal começarmos a usá-la com mais freqüência em tempos de extrema loucura? Digam a verdade. Desde criança aprendemos que isso é uma qualidade. Sem contar que essa é uma atitude que junto a outros bons feitos podem te levar ao céu. Aquele tão falado, imaginado e ao mesmo tempo tão abstrato. Afinal de contas ninguém nunca voltou para contar como é do lado de lá. Será mesmo um lugar formado por campos verdes, pessoas de brancos, pássaros, águas cristalinas e todas essas coisas que vemos em filmes e novelas com um cunho espiritual? Não tenho certeza, mas, parece que fugi do assunto principal. Vamos retomar o real motivo dessa crônica. Talvez seja o medo de represálias que me fez dar voltas infinitas...

Cazuza é seu nome. Ok, tudo bem, eu sei ele foi um ícone da década de 80. Mas, uma observaçãozinha aqui só entre nós, ele está longe de ser um bom exemplo para nossa juventude. Cazuza ficou conhecido por ser rebelde, boêmio e polêmico, mas opiniões a parte não quero me envolver nesse quesito. Sinceramente nunca conseguir entender o que ele quis dizer com a expressão “segredos de liquidificador”. E foi isso que discutir com meu amigo e que me fez escrever esse texto. Ele também não soube responder a essa pergunta de maneira concreta. Essa frase não faz o menor sentido. Já pararam para pensar nisso ou eu sou o único louco aqui?

De novo espero honestidade por parte de vocês. Alguém já desabafou com o amigo chamado liquidificador? Você já trocou altos papos pelo celular até altas horas com ele? Marcou de sair e fazer um programa os dois juntos? Ficamos filosofando sobre o que o astro quis dizer. Será uma mistura de segredos? Segredos de várias pessoas misturadas? O junto e misturado dos tempos atuais? Um forte segredo que remete ao barulho que o liquidificador faz? Ou algo que não tem nada a ver com segredo em si, uma metáfora? Não cheguei a nenhuma conclusão plausível.

Como bom curioso que sou, antes de começar a escrever sobre o assunto procurei na internet o sentido da frase segundo o olhar de outras pessoas. Como sempre encontrei pérolas do tipo: tem a ver com o início de namoro quando você quer dizer tudo ao mesmo tempo e acaba não dizendo nada; são bobagens ditas aleatoriamente; coisas inconfessáveis, etc. Muitos dizem que não tem sentido algum, e que Cazuza era um doido, outros falam de genialidade. Eu prefiro não opinar, sobre genial ou medíocre. É difícil entrar nesse mérito.

O fato é que não temos como saber o que Cazuza quis dizer com segredos de liquidificador. Mas, quem disse que temos que entender tudo. Em um comercial ouvi uma vez que o que move o mundo são as perguntas. Talvez seja este o argumento certo para tentar entender melhor a expressão. E com isso, a frase faça mais sentido. Talvez o que Cazuza quis foi apenas provocar o questionamento, momentos de reflexão. Apenas pensar, isso faz bem. Sabia? Comigo deu certo, tanto que essa dúvida me corroeu ao ponto de escrever e querer saber mais.

A verdade é que quando se trata de arte, não necessariamente precisamos entender. O que mais importa é sentir. E se de alguma maneira ele conseguiu tocar o seu coração, o objetivo foi alcançado. Vivam as dúvidas! Elas nos fazem caminhar para lugares além dos que estamos acostumados.

Diego Santiago
Enviado por Diego Santiago em 09/02/2011
Reeditado em 17/01/2013
Código do texto: T2782341
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