82 nunca mais.
A Seleção estrelada por Zico, Sócrates, Falcão e outros craques não ganhou a copa de 1982, entretanto está sempre na lembrança dos que amam o futebol como essência e sinônimo de arte. Essa Seleção produziu em 5 jogos 15gosl, dos quais 12 estão entre os mais belos de todas as copas.
Com ”Um futebol arte” por excelência. Teriam levado o título de a melhor de todos os tempos, caso tivessem vencido a copa, superando até o time de 1970, a própria derrota para a eventual campeã foi taxada como a final antecidapa.
É bem verdade que como todos os grandes times e seleções ela tinha o seu lado fraco ou pelo menos que poderia ser melhorado, afinal o nosso centroavante Serginho poderia te sido outro como o Roberto Dinamite ou o Careca (este supostamente não foi o titular por está lesionado). E no gol tínhamos o Valdir Peres (naquela época não tínhamos fartura de bons arqueiros como hoje).
As pessoas que tiveram o prazer de ver a seleção brasileira de futebol de 1982 jogar jamais esquecerão. Afirmar isso parece ser uma enorme presunção, mas tenho certeza de que compartilho a opinião de quem viu toda aquela magia em campo. Os que viram puderam constatar algo mágico, a materialização de nossos desejos mais puros em relação a tudo que entendemos e sonhamos com a arte do futebol brasileiro. Essa noção irremediavelmente traz consigo a dura realidade que nos faz lembrar aquela perda como uma tragédia “a tragédia do Sariá (antigo estádio do Barcelona)” uma dor que marcou toda uma geração a qual obscureceu para sempre o nosso futebol.
Não é por acaso que nunca mais tivemos uma seleção que consiga encantar o mundo como a de 1982, a perda daquela copa não significou apenas uma derrota do futebol do Brasil para a seleção da Itália, mas um marco onde o futebol arte foi suprimido pelo futebol força. É bem verdade que houve lances polêmicos (como a camisa rasgada na área da Itália pelo zagueiro Italiano em nosso astro maior o Zico), porém o fato é que daquela copa em diante o futebol do mundo mudou e principalmente o nosso, que ficou perdido sem referencia por muitas copas como uma maldição que não conseguimos ainda nos livrar, mesmo tendo sido campeão não resgatamos a nossa identidade.
Aquela perda foi um duro golpe em nossa nação, não apenas no âmbito do futebol. O Brasil começava a engatinhava nos ideais democráticos, existia muita esperança, logo toda uma geração absorveu o golpe com essa derrota veio uma sensação que nada valeria a pena, tempos difíceis estavam sendo anunciados como em uma maldição profética, não que fossemos imbatíveis ou os reis do futebol, mas aquela seleção foi um das maiores expressões da estética futebolística que já existiu e não seria justo ou natural outro resultado que não a conquista e aceitação unânime que fomos os melhores.
Somos obrigados a nos iludir com jogadores que não se comprometem com a camisa canarinho, milionários do mundo globalizado do futebol e pobres dentro dos gramados sem arte nem inspiração, qualidades necessárias para representar toda a tradição de nossa seleção e mais que isso satisfazer a nossa necessidade de futebol arte, situação totalmente contraria a seleção mágica de 82, onde usava como principal característica o fantástico volume de jogo, é extrema facilidade para marcar lindos gols, contra-ataque era uma palavra quem nem conhecíamos! A posse da bola era quase sempre nossa, o ritmo de jogo era totalmente imposto por nós naturalmente aos adversários.
Muitos teóricos e estudiosos “os professores” como são conhecidos os técnicos atualmente, cheios de estatísticas, números e esquemas táticos, arrogantes e cheios de razão e supostos conhecimentos vem assumindo as seleções posteriores sem conseguir nem um falso brilho daquela seleção. Será que é tão complicado rever um trabalho que foi feito não por um “professor”, mas um mestre o “mestre Telê” um homem simples sem enormes comissões técnicas nem muita badalação que embora não tenha conseguido vencer a copa do mundo conseguiu sem sombras de dúvida nos presentear com verdadeiras demonstrações de um futebol bonito e vistoso, buscando sempre a vitória e porque não dizer a arte antes de tudo.
Para quem ama o futebol não é apenas a vitória que nos faz ter este esporte como algo muito maior do que podemos ver. É o brilho, o talento a inspiração em cada momento deste jogo mágico, a plástica em um momento único que jamais volta, mas que sempre permanece em nós. Tenho orgulho extremado por ter visto aquela seleção que, mesmo sem ter ganhado, até hoje é reconhecidamente admirada pelos que amam o futebol arte na sua mais pura essência. Não sou um profeta nem o dono da verdade, mas me arrisco a dizer que como a seleção de 1982 não veremos outra nunca mais.
Este artigo é um tributo “àqueles que voltaram para casa de mãos vazias, mas vivem até hoje na memória de quem aprecia o futebol arte”.
Wagner Cabral