Projetos e desvios

À Dilma

Estamos consumindo a nação com vícios burocráticos, algo bem mais grave do que os diversos fumos. Mas está bem claro que enquanto se pretende controlar os costumes a corrupção aplaude a permanencia dessa luta inglória, cara e inextinguível. A descriminalização é o caminho racional para evitar a luta armada contra as drogas dos hábitos populares. Cerveja, cigarro e até o adorável café que Vargas queimou, queimou para valorizar, servem de exemplo. Mais um exemplo de Vargas para atualidade: ele prendeu Prestes por crime e não por sua ideologia.É preciso prender criminosos, sim, mas pelos crimes e não pelo ítem droga. A droga apreendida e queimada como o café na era Vargas valoriza o mercado do ilícito. Melhora os números do mercado bélico. Ensine o seu filho a não ser idiota e se drogar e se ele não for idiota e ainda assim drogado não deveria ser imbecil a ponto de cometer um crime. Há crimes horrendos que não envolvem drogas. Ficam menos evidente por causa da histeria sobre o tema incurável.

Após a ditadura o aparelho repressivo precisava se mobilizar e nada melhor do que atuar novamente contra os hábitos enraizados da humanidade que leva o sintético nome de vício. Mas os vícios que destroem uma nação estão inseridos na natureza política dos favorecimentos, momento em que o público e o privado se erotizam, ironizando nossa capacidade de ter algum resto de esperança.

O que temos são comentários da voz popular que em cada esquina confessa suas invejas sobre o sucesso corrupto dos demais. Admirados com as viagens de estadias nababescas dos seus refestelados representantes. Comentam nas esquinas sobre dinheiro público com verba para construção de casas de ótima qualidade com pelo menos cinqüenta por cento desviado, restando à construção das casinhas tamanho caixa de sapato com material de má qualidade. Sem esgoto, sem praça, sem urbanização.

Vox populi não tem jeito e também falam sobre o método da mudança de nome dos projetos, espécie de adaptação, porém com o dinheiro do plano inicial sofrendo algumas parcelas o dom do sumiço nesse processo simples. Dizem que é assim: os camaradas recebem do governo verba significativa para o projeto X, e então acabam adaptando-o para as bases municipais com o nome de Y, de natureza bem mais modesta. A diferença desaparece. Como quem percebe um valor público para comer caviar, todavia enche o barrigão com apenas uma panqueca, recebendo uma nota de caviar, sempre pagando apenas pela panqueca. Esse método primitivo de extorsão econômica é um velho conhecido das obras sociais

Esquisito é que não há vistas de mudança. Dizem as más línguas que numa certa frente de trabalho os trabalhadores assinavam um papel desistindo do valor integral da força do seu trabalho! Roçando a cidade inteira e na total ignorância de que os proventos reais deveriam ser um pouco mais significativos. Corrupção sobre gente simples, iletrada, humilde, espoliada. Tudo fica assim, ninguém consegue provar, vá lá se saber. Não há imprensa nem Fantástico pra tudo. Devia haver um Fantástico em cada ação governamental.

Sou da opinião de que não se pode mais criar nenhum projeto social sem fiscalização direta do órgão emissor, ligando-o diretamente a gestão dos valores e das fases de realização. Essa simpatia apenas de legenda abriga um grande mal estar. Gente incompetente zela pela simpatia. É certo que odiamos fiscalização, mas seria melhor tornar o “fiscal” elemento gestor direto junto as necessidade sociais para implantação. Isso se quisermos uma sociedade disposta a evolução, pronta para lutar contra esta ingenuidade corrupta que é a liberação de verbas sem a seriedade cientifica das administrações públicas esclarecidas, entregues aos cargos de confiança, longe basicamente das mãos de servidores público efetivados, esclarecidos pela qualificação disposta . Os politiqueiros quase sempre são carismáticos. Vivem da bajulice, das honrarias habituais da esfera de poder. Reflexo do poder central na área municipal.

Interiorano respeita gente de fora. Mesmo que ele chegue à cidade e venda o farol da praia.

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Tércio Ricardo Kneip
Enviado por Tércio Ricardo Kneip em 09/02/2011
Código do texto: T2781637
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