ENEM FICOU EM RECUPERAÇÃO
O ENEM FICOU EM RECUPERAÇÃO
BETO MACHADO RIO, 16/11/2010
O ENEM não consegue passar de ano “direto” desde a sua criação em 2001. Sucessivos incidentes, ano após ano, vêm abalando a confiança e a tranqüilidade dos candidatos, que neste 2010 foram mais de três milhões de alunos do ENSINO MÉDIO.
Fraudes como a venda de gabaritos; os sistemas clandestinos de comunicação; os candidatos ‘laranjas’ e “otras cositas más” compõem o rol de fatos negativos que arranharam a credibilidade das autoridades e dos órgãos públicos responsáveis pela elaboração e a execução das provas do ENEN ao longo dos anos de sua existência.
Como se não bastassem os fatores externos, o ENEM, este ano, apareceu com um fator interno: o erro de impressão. Houve também o equívoco na posição dos cabeçalhos nos cadernos de respostas. Caos em alguns locais de prova.
Ruído de informações oriundas do INEP confundiu ainda mais as coordenações setoriais. A mídia se mobilizou e o presidente do INEP e o ministro da Educação deram suas versões sobre o caso, que, a primeira vista, a todos pareceu “INEPTUDE” de quem comanda ou dos executantes desse programa de avaliação. Particularmente eu pensei em sabotagem. A mudança de objetivo e de finalidade do ENEM mexeu com muitos interesses, principalmente os daqueles que fazem da Educação um “business”.
É evidente que essas barbeiragens geraram uma avalanche de críticas e de ações judiciais. A Justiça Federal cearense decretou a proibição da divulgação do gabarito oficial e impôs a repetição de todas as provas. O Governo recorreu. A Justiça Federal pernambucana derrubou a decisão liminar e determinou que se repetissem tão somente as provas dos candidatos que comprovaram prejuízo na execução de suas avaliações. O MEC aprovou, e assim se fará.
A EDUCAÇÃO é o calcanhar de AQUILES de todos os brasileiros. Os governantes e a sociedade haverão de firmar um pacto para sair desse estágio de marcar passos, sem sair do lugar.
É vergonhoso para um país, que ostenta a quinta maior economia do Planeta, ver estampada no Boletim Anual da ONU, através do PISA, instrumento de avaliação do desenvolvimento educacional das nações, a humilhante, chocante e inaceitável qüinquagésima terceira posição.
Necessitamos de ações audaciosas, que rompam radicalmente as barreiras da Educação conservadora, que objetiva o sucesso da escola e não o do aluno; que reconduzam o Magistério ao seu status social de respeito, através de uma digna remuneração e também o reconhecimento do progresso alcançado pelo do binômio DOCENTE/DISCENTE, por meio de programas de acompanhamento de produtividade. DEUS haverá de iluminar as cabeças, não sei se pensantes, que comandarão nosso BRASIL a partir de 2011. Eu creio nisso.