SINAIS DO POVO

Sinais do povo

Beto Machado - Rio, 06/10/10

Há muito que eu pretendia escrever crônicas. Os motivos são vários: gostar intensamente do gênero e, o mais importante, situar-me no entendimento dos assuntos contemporâneos à minha passagem por essa privilegiada geração dos nascidos nos anos 50.

Hoje fomos premiados com uma semana de tempo nublado, tanto no clima, quanto na política do Rio de Janeiro. Não há definição se chove ou se faz sol: dúvida dos meteorologistas. Ninguém sabe quem perderá o direito de diplomação depois de eleito nas urnas, ou se não perderá: dúvida dos eleitores. Mas há uma diferença brutal entre essas indefinições quando as levamos para suas respectivas esferas superiores.

O presidente do STU, Superior Tribunal do Universo tem sob Seu domínio todo o conhecimento e controle do clima e tudo mais em cada milímetro do nosso Planeta. Já os dez ministros do STF, Supremo Tribunal Federal, pasmem, demonstraram não saber como desatar esse nó que amarrou milhões de votos de Brasileiros no embrulho da dúvida.

Algum leitor, distraidamente, poderá se perguntar: mas não são onze ministros no STF ? Sim, respondo, mas desde o final do mês de agosto de 2010, com a aposentadoria do ministro HEROS GRAU, a Suprema Corte Brasileira conta com apenas dez Magistrados, que são: CEZAR PELUZZO (Presidente), CELSO DE MELO, GILMAR MENDES, ELEN GRACE, MARCO AURÉLIO, JOAQUIM BARBOSA, AYRES DE BRITO, CARMEM LÚCIA e DIAS TÓFFILI.

A Presidência da República, a quem cabe a escolha e a nomeação dos Ministros das instâncias Superiores da Justiça Brasileira, parece que se esqueceu da sua obrigação de tornar ímpar, novamente, o quorum máximo do Plenário da Egrégia Corte defensora da CONSTITUIÇÃO CIDADÃ de 1988, nomeando o décimo primeiro Ministro, para evitar que ocorram novas frustrações nos milhões de Cidadãos Brasileiros que empurraram suas esperanças madrugada a dentro, quebrando todos os recordes de audiência da TV JUSTIÇA, DIRETO DO PLENÁRIO, no dia 30 DE SETEMBRO DE 2010, torcendo por um resultado favorável à vontade do Povo, verdadeiro Autor da LEI DA FICHA LIMPA.

Fim do julgamento: cinco a cinco. Empate é um placar que foi inventado tão somente para agradar aos futebolistas, a mais ninguém.

A despeito das dúvidas, o Povo não se esqueceu de ir às urnas. E foi em massa, desprezando as dificuldades, sem abdicar do seu sagrado direito de sinalizar para os governantes os perfis, os rumos e as diretrizes que pretende para as atividades políticas, daqui pra frente. E os sinais vieram de forma contundente, provocando cortes profundos em determinadas alas do congresso nacional, que já se imaginavam inatingíveis pelo bisturi do Povo. Tanto os parlamentares prepotentes quanto os auto-suficientes do Congresso Nacional e das Assembléias Legislativas erraram tão redondamente quanto o zero que o Povo lhes conferiu como nota. E OS SINAIS DO POVO chegaram a todos os quadrantes do país.

Roberto Candido Machado
Enviado por Roberto Candido Machado em 09/02/2011
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