ELEITOR TORCEDOR

Eleitor Torcedor

Beto Machado - Rio, 20/10/10

No país do futebol, as regras desse popular esporte “bretão” se misturam com quase todas as atividades dos brasileiros.

Estamos em época de eleição presidencial (seg. turno) e alguns bordões futebolísticos já estão sendo utilizados adequadamente ou não. Presenciei um pequeno debate entre dois passageiros do Metrô. O simpatizante da atual política administrativa do Palácio do Planalto dizia que: “Time está ganhando não se mexe”. Já o seu opositor, desgostoso com o sistema, bradava despudoradamente: “Essa cambada tem é que pedir pra c.... e ir embora”.

Bendito seja o fruto dessa santa e civilizada discordância, pois é dessa fonte que se alimenta a DEMOCRACIA.

Porém, no baú da herança literária do futebol brasileiro temos muitas peças que poderiam ser esquecidas...

Saltei da composição na Estação Cinelândia e notei rumores, comentários e gargalhadas a respeito dos candidatos à presidência da república. Alguma novidade, algum fato novo teria acontecido. Mas meu tempo era escasso o bastante para que eu não aguçasse a minha curiosidade. Já na rua, não tive como passar, incólume, pela porta da ESCOLA NACIONAL DE MÚSICA. Um grupo de alunos comentava sobre uma suposta agressão de correligionários de Dilma ao seu adversário Serra, no calçadão de CAMPO GRANDE, zona oeste do RIO DE JANEIRO. O assunto me remeteu aos bordões dos “boleiros” que discutiam no Metrô.

DEUS nos livre desse grande mal que é a militância partidária se utilizar do modus operandis das torcidas organizadas dos clubes de futebol, um câncer maligno no esporte brasileiro, pois esses tumores transitam, como uma metástase, por todos os eventos esportivos de massa, de norte a sul do BRASIL.

Quando o clima das eleições se nos apresentaram de modo ameno, alguns membros da imprensa se incomodaram tanto que trataram logo de mudar o conceito do estilo “PAZ E AMOR” para o estilo “ÁGUA COM AÇÚCAR”, surgindo assim esse “plus negativo” na reta final da campanha.

Mas DEUS é brasileiro e há de orientar sempre as pessoas de bem a se fazerem elementos multiplicadores das ações civilizadoras, numa proporção tal, que tornem ínfima, desprezível e insignificante a malta de malfeitores que teima em enlamear a lisura e a normalidade das eleições.

É evidente que cheguei uns minutinhos depois da hora combinada para começar a gravação, no estúdio MRB do Maestro Dudu Fagundes, na LAPA. Meu hálibi foi perfeito, visto que ninguém dentro do estúdio sabia ainda do fato ocorrido. Mas as preocupações com o final e o resultado do “jogo” firmaram uma unanimidade jamais vista ou imaginada num grupo de idéias tão heterogêneas, como aquele, que encontrei no estúdio, formado por FAGUNDES, NANATO DO PANDEIRO, JORGE COSTA FILHO, ANDERSON FRANÇA, SÃO BETO, NINICO REIS e DENIS DO CAVACO, todos músicos e compositores.

A conclusão que podemos tirar dessa lamentável situação é que deveremos torcer ardorosamente para que se conclua em paz o processo eleitoral brasileiro, em todos os anos pares, tal qual aconteceu em 2008.

Roberto Candido Machado
Enviado por Roberto Candido Machado em 09/02/2011
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