AGORA É QUE SÃO ELAS

AGORA É QUE SÃO ELAS

BETO MACHADO Rio, 31/10/2010

O bar estava repleto de fregueses com camisetas vermelhas. Era a segunda vez que eu presenciava aquele panorama; aquele ar enrubescido nas pessoas, não por motivo de pudor, mas para demonstrar cromo-simbolicamente suas aspirações em relação ao futuro político do nosso país.

Demorei muito para entender a coincidência, pois as duas únicas vezes que por ali passei as cores eram as mesmas.

Dia de São Jorge, o santo guerreiro, e ninguém entende porque não é o Padroeiro do Rio de Janeiro, visto que ele é o campeão absoluto no que tange à devoção do povo carioca, também se veste vermelho nessas bandas. Meu telefone celular tocou: -- Fala, Maurício !!!– Era o dono do estúdio musical onde meu CD METAMORFOSE vem sendo reproduzido, por sinal, com muito carinho. Ele queria saber se eu demoraria. Eu estava a cinco minutos do seu portão. – Tô na área, parceiro, tô chegando... Outra coincidência: as duas primeiras dezenas do meu telefone celular – 8766 e o endereço do estúdio MARISA DISCOS: Av. S........., 8766, PIEDADE.

Mas hoje as indumentárias não sugerem um clima religioso como da outra vez. Sugerem luta, conquista, renovação...As horas avançam e as pessoas se acotovelam amistosamente para se posicionarem melhor diante da TV. Aproxima-se a proclamação do resultado. Há uma vantagem confortável, mas a apreensão é evidente. A temperatura dos copos sobre as mesas aumenta gradativamente. Ninguém se incomoda. O olhar convergente de todos parece produzir um feixe de raios hipnóticos, que só permitem movimentos nas imagens da tela. De repente, ouvem-se gritos em uníssono: DILMA!! DILMA!! DILMA!!

O BRASIL entra para o grupo dos paises que já confiaram a administração e o comando de suas políticas públicas, domésticas e internacionais às mãos e aos cérebros femininos.

Domingo, 31 de outubro de 2010, dia histórico. Pela primeira vez o povo brasileiro elegeu uma mulher para assumir a Presidência da República Federativa do Brasil.

Amainada a euforia da galera, prossegui minha caminhada, depois de sorver mais uma água mineral. Imaginei algumas mulheres, do meu conhecimento, no ministeriado da presidente DILMA. A minha primeira professora, dona THEREZINHA DE ALMEIDA SANTOS, na Educação; dona ANÁLIA DA CONCEIÇÃO ALVES, administradora do meu primeiro emprego, (PESTALOZZI), no Planejamento; LÉA VALVERDE, na Cultura. Calma, gente, é só um delírio de um cidadão que criaria o Ministério da Família e nomearia NILDA LIMA MACHADO, minha mãe (em homenagem póstuma).

Essas MULHERES tiveram fundamental importância na formação do meu caráter, minha vida profissional, cultural e social.

O BRASIL carece de um Ministério majoritariamente feminino. Creio na sensibilidade da presidente DILMA, como acredito no aumento do IDH do povo brasileiro. Até porque DEUS é nosso conterrâneo.

Roberto Candido Machado
Enviado por Roberto Candido Machado em 09/02/2011
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