CRÔNICA – EU JÁ HAVIA FALADO – EM 07.01.2011

Paes promete toda ajuda "possível e imaginável" às escolas prejudicadas por incêndio no Rio.

            Quando a providência tarda vem a caminho. Há poucos dias, numa crônica, no auge das enchentes e toda aquela violência das chuvas que patrocinaram verdadeiras catástrofes nas cidades serranas do Rio de Janeiro, falei que não deveria haver desfiles de escolas de sambas neste ano de 2011, nem lá e nem em São Paulo, até mesmo em solidariedade às vítimas dessas tragédias. Mas eles querem agradar turistas com a miséria do povo, porque neste Brasil de macacos, como dizem os argentinos, tudo termina em samba.

            Pois bem, assim como de repente, incêndios, criminosos ou não tomaram conta de vários barracões de escolas de samba, destruindo-os numa velocidade fora do comum, própria mesmo do fogo, que com o vento se espalha facilmente.

            Todo mundo sabe que o cerne dessas agremiações carnavalescas se situa justamente nas favelas, nos morros, alguns até ocupados pelas forças de segurança nacional (polícia, exército, marinha e aeronáutica), numa tentativa de levar seus moradores ao clima de paz que deve reinar entre irmãos e brasileiros de todos os matizes. A última ocupação de mais de seis favelas transcorreu sem violência e sem derramamento de sangue, mas a verdade é que deram o aviso, a fim de que os meliantes pudessem fugir. O que nos deixa desconfiados é que o incêndio ocorreu logo depois das ocupações... durma-se com um barulho desses...

            Pergunta-se: Fugir pra onde? Pra outra favela, pra lugares a esmo, pra outros Estados do sul, do nordeste (não creio que por aqui eles possam dar-se muito bem, pois a pobreza fincou suas raízes no povo nordestino), e malandro só gosta de riqueza, de boa vida, de muita grana no bolso e de mulheres atraentes, principalmente dessas que pagam e muito caro para mostrar que têm samba no pé...

            Fiquei chocado com o ocorrido, porém mais ainda com a prestimosidade do prefeito do Rio de Janeiro, um ex-oposicionista que aderiu ao governo Lula e ao Sérgio Cabral, pois garantiu imediatamente conseguir dinheiro para cobrir os prejuízos das agremiações, de sorte que elas possam desfilar normalmente no sambódromo criado pelo grande homem público Leonel Brizola.

“O prefeito Eduardo Paes – que havia dado a sugestão de não rebaixar nenhuma escola do Grupo Especial para o Grupo de Acesso logo após o incêndio na manhã desta segunda-feira – afirmou que está levantando recursos para ajudar as escolas afetadas, mas não falou em valores. Segundo ele, nesta terça-feira (8), haverá reuniões na Secretaria de Turismo para buscar recursos na iniciativa privada”.

            Ora, para as vítimas dos deslizamentos de barreiras; dos desaparecidos; dos que perderam suas casas, filhos e parentes, estando no olho da rua não se consegue dinheiro com tanta prontidão, mas para a malandragem o governo está sempre prestes a colaborar a “fundo perdido”, isto é, dinheiro que sairá do bolso do povo e nunca mais vai voltar, muito pelo contrário retornará aos cofres públicos da cobrança de impostos e/ou contribuições que eles aumentam todos os anos.

            Sinto-me envergonhado... Por essas e outras razões tenho vergonha de ser brasileiro...

            Olha o dinheiro fácil aí minha genteeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!

Fico por aqui.

Em revisão.

Foto: Internet/
Daniel Melo.

Atualização: Deu agora na UOL:

“O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), anunciou nesta terça-feira (8) que o município vai liberar uma verba de R$ 3 milhões às três escolas de samba atingidas pelo incêndio de ontem de manhã na Cidade do Samba, área portuária da capital fluminense.

Metade do valor, R$ 1,5 milhão, será destinado à escola de samba Grande Rio, a maior prejudicada no incêndio que destruiu quatro barracões -- um da Grande Rio, um da Portela, um da União da Ilha do Governador e uma da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba). As duas escolas receberão da prefeitura, cada uma, R$ 750 mil.

A assessoria de Paes informou que não há uma data específica para a liberação R$ 3 milhões, já que o prefeito tenta ainda patrocínio com a iniciativa privada para garantir, por outro meio, que não dos cofres públicos, a verba. “Mesmo assim, assegurou o órgão, as escolas já foram autorizadas a reconstruir o que for preciso contando com o aporte financeiro -- que sairá mesmo que não venha o patrocínio buscado”.

Vistoria e demolição

“Os bombeiros fazem vistorias anuais para identificar riscos nas semanas que antecedem o carnaval, mas neste ano ela ainda não foi feita na Cidade do Samba. "Essa vistoria aconteceria em breve", afirmou o tenente-coronel Alexandre Rocha, chefe de comunicação da corporação.

Uma vistoria preliminar da Defesa Civil determinou que será necessário demolir parte dos quatro galpões atingidos. Obras devem começar nesta semana e espaços alternativos para Grande Rio, Portela e União da Ilha estão sendo arranjados”.

* Com informações da Agência Estado.