CASAMENTO
Desde quando definido como espécie, o ser humano, por ser animal social, tende a coabitar, principalmente, no período reprodutivo, quando machos e fêmeas estão empenhados em garantir a próxima geração e a permanência dos seus genes, no maior número possível de indivíduos. (1)
A divisão de atribuições por gênero foi, aos poucos sedimentando, nas sociedades, os papeis a serem desempenhados e o estabelecimento dos status correspondentes a cada um deles.
Os vários status sociais, que vão num crescendo, exige de cada indivíduo, o cumprimento dos ritos de passagem correspondentes, que propiciarão a sua aceitação entre os demais e conferem maturidade, para poder desempenhar os papeis que lhe cabem, na sociedade.
Fazem parte desses ritos:
o batismo (para os católicos);
a festa de aniversário de um ano (cuja figura principal é a mãe do aniversariante);
o primeiro dia de comparecimento à escolinha;
a primeira bicicleta;
a primeira comunhão;
o primeiro beijo (quando se deixa de ser BV, que, na gíria escolar, significa “boca virgem”);
a menarca ou a primeira ejaculação;
fazer a barba;
ir à primeira balada ou viagem sem a presença dos pais;
o primeiro trabalho remunerado;
o serviço militar;
o vestibular para a universidade, etc.
O casamento, para a maioria, é uma afirmação de maturidade.
Manter relação estável com alguém que nos desperta desejo, admiração e amor, que tem a mesma linha de pensamento, quase os mesmos gostos e principalmente objetivos comuns, é o ideal para procriar.
João Mohana (2) afirma que: “casar não é olhar embevecido, um para o outro, mas, ambos, olhar na mesma direção e mesmo sentido”.
Quando agimos assim, definindo objetivos com a participação da companheira, recebendo o seu incentivo e apoio, descobrimos, a cada dia, mais e mais virtudes que, solidificam o amor e a cumplicidade.
Quando passamos a olhar em sentido contrário, só enxergamos os defeitos, as contradições.
Tudo aquilo que antes parecia razoável, torna-se motivo para separação.
E, quando isso acontece, se dessa união surgiram filhos, travam-se, muitas vezes, batalhas judiciais onde o maior prejudicado é o filho, que passa a conviver com a falta de respeito entre os pais, que a demonstram e verbalizam, quase sempre, reforçada por familiares dos dois lados.
Felizmente hoje em dia já não existe o estigma que acompanhava os filhos de pais separados e a peja de comportamento leviano, para a mulher que tinha tido a coragem de por fim num relacionamento tumultuado e incômodo.
Esse isolamento social era corriqueiro até os anos 70 do século passado.
Hoje o casamento deixou de ser a condição, sine que non, para a procriação.
Muitas são as mulheres que, assumem a responsabilidade de gerar tantos filhos quanto lhes pareçam convenientes, até por fecundação induzida, a partir de sêmen congelado.
Também tramita no Congresso Nacional, projeto de Lei estabelecendo, como válido, o casamento entre casais homossexuais, para que se estabeleça, definitivamente, esse status aos que mantêm união estável.
(1)- vide “O gene egoísta” – Richard Dawkins – Cia. das Letras Editora.
(2)- vide “Não basta amar para ser feliz no casamento” – João Mohana – Ed. Loyola