É PRECISO AMAR AS PESSOAS COMO SE NÃO HOUVESSE AMANHÃ...
«É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã…»
(Renato Russo)
Esta frase pode até ter sido cantada em shows regados a álcool, drogas, rock and roll e sexo... mas exprime uma verdade universal. Deveria fazer parte de todos os dias das nossas vidas.
Sino era um inteligente e belo rapaz. Meu primo, meu companheiro das brincadeiras de infância, amigo, colega, primeiro namorado, na inocência dos nossos tenros e verdes anos. Um belo dia foi, com sua família, viver para a cidade grande: Lisboa, onde se perdeu, e o perdemos.
Sabemos que a dor de perder alguém a quem se ama é terrível, mas só conseguimos perceber a dimensão exata dessa dor quando a sentimos. Como eu queria que ele ainda estivesse aqui, cantando e encantando a todos com seu sorriso enorme e com seu jeito meigo de ser!
Sino amou a muitos e foi amado, como se não houvesse amanhã.
Pensei o quanto é preciso abraçar quando se tem oportunidade...
No quanto é preciso conversar, sorrir, escrever, telefonar, sair para passear.
No quanto é preciso ter uma conversa, relevar, perdoar, fazer um carinho. Estar junto no momento da dor, dar um presente de aniversário, é preciso!
Dizer… «Estás lindo(a)»; «Eu te amo». Sempre, todos os dias!
Na minha memória ficará sempre o carinho que nos uniu. Na minha memória ficarão as risadas, as histórias, as lembranças e tudo o mais que tantas vezes compartilhamos. Ele não poupou amor durante a sua vida. Para ele o hoje já não é uma realidade, mas para mim o futuro reserva uma saudade que não cabe no peito, isso porque ele sabia que era preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã.
A voz embarga, as lágrimas saltam, o coração se perde em emoções tristes, não tanto pela sua trágica morte, mas pelo tanto que ele ainda tinha para fazer… Uma vida tão jovem, tão cheia de promessas e tão cheia de potencial... Faz 22 anos que partiu e com ele levou um pedacinho de mim...
Muitas vezes meu coração dói, quando busca na memória lembranças e ecos das pessoas que me foram queridas, que passaram na minha vida e pelas pessoas que, hoje, fazem parte dos meus dias.
Renato Russo tinha razão: «É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã…»
Mais uma vez, grata por deixarem que eu entrasse um pouco dentro do vosso interior... Se o que eu escrevi, teve um pouco de absorção em vossa mente, então terá valido a pena esta reflexão.
(06/02/2011)