Fé assim só na Bahia, meu Rei!
Você pode até rir, mas determinadas situações vividas em qualquer outro lugar que não fosse a velha Bahia certamente causaria outro tipo de reação e não de tolerância e bom humor.
Férias é mesmo para momentos de descontração e lazer, de visitas a lugares e pessoas queridas e nisso incluo, estando na Bahia, especialmente em Salvador, uma visita ao Santuário do Bonfim.
Nada demais. Os turistas que por lá passam se enchem de lembrancinhas, fitinhas, de água benta engarrafada a preços módicos, de fotos nas escadarias. O santuário estava todo pronto para sua festa e a sala dos ex-votos, sempre lotada. O ápice das comemorações, todos sabem, é a caminhada para a lavagem das escadarias e finalmente, a procissão.
Fomos assistir a missa no domingo em que se iniciavam as festividades na igreja e tivemos que chegar cedo, pois as missas no santuário são muito concorridas, mais ainda no período da festa. Mal acabou a missa das sete, entramos, pois já esperávamos lá fora. Um salve-se quem puder para arranjar lugar para sentar e depois, uma cerimônia linda, celebrada por um bispo e alguns padres.
Observei, com carinho, as manifestações da religiosidade do baiano. Era fácil de identificar o povo de terreiro, por suas indumentárias, participando da homenagem ao santo que representa Oxalá, perfeitamente integrados, como deve ser num lugar em que o respeito à diversidade religiosa é de fato vivenciada por seus cidadãos e cidadãs.
Mas o fato que me chamou a atenção e me fez rir muito foi, quando ao final da cerimônia solene, o pároco local agradeceu ao bispo pela visita. O mesmo já havia sido pároco ali e falava com carinho e saudade de sua antiga paróquia. O padre, irmão de sangue do bispo, revelou que, na verdade do que ele mais sentia saudades agora ausente de Salvador era de assistir aos jogos do Bahia...
E quase não acreditei quando o coral da igreja puxou a letra do hino do Bahia.. “Somos da turma tricolor, Somos a voz do campeão, Somos do povo o clamor, ninguém nos vence em vibração! e toda “galera” os acompanhou! Digo “galera” porque parecia ecos da saudosa Fonte Nova em dias de Ba-Vi.
Ri e emocionei-me com a demonstração de sentimento religioso, de devoção mesmo ao time do coração daquelas pessoas, em especial do meu companheiro pois, enquanto os fiéis torcedores se esbaldavam na cantoria, vi que, furtivamente, enxugou uma lágrima!Dias depois ganhou de um torcedor do Vitória um presente inesquecível: uma bandeira do Bahia!Um milagre mesmo!
Acho que só na Bahia uma missa termina com um hino de futebol e um bispo agradecendo ao Senhor do Bonfim por seu retorno a primeira divisão.
“Mais um! Mais um, Bahia! Mais um, mais um título de glória!Mais um! Mais um, Bahia! É assim que se resume a tua história!”
De brinde, as fotos...
https://picasaweb.google.com/100345132665026033061/MissaNoSantuarioDoBonfim#
Da Série FÉRIAS 2011
Você pode até rir, mas determinadas situações vividas em qualquer outro lugar que não fosse a velha Bahia certamente causaria outro tipo de reação e não de tolerância e bom humor.
Férias é mesmo para momentos de descontração e lazer, de visitas a lugares e pessoas queridas e nisso incluo, estando na Bahia, especialmente em Salvador, uma visita ao Santuário do Bonfim.
Nada demais. Os turistas que por lá passam se enchem de lembrancinhas, fitinhas, de água benta engarrafada a preços módicos, de fotos nas escadarias. O santuário estava todo pronto para sua festa e a sala dos ex-votos, sempre lotada. O ápice das comemorações, todos sabem, é a caminhada para a lavagem das escadarias e finalmente, a procissão.
Fomos assistir a missa no domingo em que se iniciavam as festividades na igreja e tivemos que chegar cedo, pois as missas no santuário são muito concorridas, mais ainda no período da festa. Mal acabou a missa das sete, entramos, pois já esperávamos lá fora. Um salve-se quem puder para arranjar lugar para sentar e depois, uma cerimônia linda, celebrada por um bispo e alguns padres.
Observei, com carinho, as manifestações da religiosidade do baiano. Era fácil de identificar o povo de terreiro, por suas indumentárias, participando da homenagem ao santo que representa Oxalá, perfeitamente integrados, como deve ser num lugar em que o respeito à diversidade religiosa é de fato vivenciada por seus cidadãos e cidadãs.
Mas o fato que me chamou a atenção e me fez rir muito foi, quando ao final da cerimônia solene, o pároco local agradeceu ao bispo pela visita. O mesmo já havia sido pároco ali e falava com carinho e saudade de sua antiga paróquia. O padre, irmão de sangue do bispo, revelou que, na verdade do que ele mais sentia saudades agora ausente de Salvador era de assistir aos jogos do Bahia...
E quase não acreditei quando o coral da igreja puxou a letra do hino do Bahia.. “Somos da turma tricolor, Somos a voz do campeão, Somos do povo o clamor, ninguém nos vence em vibração! e toda “galera” os acompanhou! Digo “galera” porque parecia ecos da saudosa Fonte Nova em dias de Ba-Vi.
Ri e emocionei-me com a demonstração de sentimento religioso, de devoção mesmo ao time do coração daquelas pessoas, em especial do meu companheiro pois, enquanto os fiéis torcedores se esbaldavam na cantoria, vi que, furtivamente, enxugou uma lágrima!Dias depois ganhou de um torcedor do Vitória um presente inesquecível: uma bandeira do Bahia!Um milagre mesmo!
Acho que só na Bahia uma missa termina com um hino de futebol e um bispo agradecendo ao Senhor do Bonfim por seu retorno a primeira divisão.
“Mais um! Mais um, Bahia! Mais um, mais um título de glória!Mais um! Mais um, Bahia! É assim que se resume a tua história!”
De brinde, as fotos...
https://picasaweb.google.com/100345132665026033061/MissaNoSantuarioDoBonfim#
Da Série FÉRIAS 2011