O Observador.

Desperto da vida que não tive, e venho navegando nesse mar de indecisões que se apresentam a mim de maneira tão intensa. Quem eu sou? Não faço a menor idéia. Quem eu fui? Talvez até possa dizer, meio que desconexo, por conseqüência de tantas quedas e desavanços que se sucedera em minha vida.

Não desperto apenas para que me alivie, do que se conteve imensamente dentro de mim e sim para que os meus próprios anseios não me matem de angústia. É notório se saber ser um estrategista, porém é muito melhor que se faça com discernimento de quem é um profundo conhecedor de todos os assuntos interiores, de tudo que está oculto no seu "eu", ora, pois, nada poderá a ser mais injusto do que não estabelecer a perfeita fusão do mundo interno com o mundo externo. Muito embora esses dois mundos, muito se diferenciem, no entanto, haverão de permanecer algumas características afins, que se farão serem iguais.

Nunca estive tão constante, da forma que estou agora, como também nunca estive tão observador de mim mesmo, da maneira que venho fazendo atualmente. Com isso, é que venho a cada dia mais me aperfeiçoando em me observar cada vez mais, e confesso que excessivas são às vezes, pelas quais me orgulhei de estar aprendendo a me ouvir e a interpretar coisas que antes, eu me perguntava e eu mesmo não sabia me responder...

Rio de Janeiro, 15 de Maio de 2003.