UM MOMENTO DE SAUDADE EM DEZEMBRO 1974
LEMBRANÇAS DA PEÇA : O ERRO JUDICIÁRIO OU O LOUCO DA ALDEIA APRESENTADA EM SANTA MARIA DA VITÓRIA.
Estou deitado na minha cama ouvindo o rádio tocando músicas do passado já bem distante e, em um dado momento o dial toca a música” Tornerô de El Santo Califórnia” a qual me transporta para o ano de 1974, para ser mais preciso,dezembro de 1974 ano em que eu estava concluindo o primeiro grau e muitos colegas e amigos estavam na iminência de viajarem para fora da cidade para a sequência dos estudos em outras cidades mais avançadas. Eu estava meio triste e ao mesmo tempo estava contente, pois estava no elenco de uma peça de teatro encenada naquele mês de dezembro de 1974. A minha participação foi pequena só que valeu a pena ter participado dela, afinal de contas vejamos o elenco da peça, cujo título era: Erro Judiciário ou o Louco da Aldeia. A peça foi apresentada no extinto Clube Dramático Dois de Julho, produzida, ensaiada, dirigida, montagem de cenário e protagonizada por Raimundo Martins da Costa (Iozinho), como ponto , o pai de Wilson Barros, e no restante do elenco, Esmeralda, Wilson Barros, Nelito(Fabricante de cachaça), o saudoso Pedro Mariano, Arilson, João José e Joãzinho de Dona Rosa e alguns outros nomes não lembrados no momento..
A peça foi tão bem produzida e apresentada que a cena do assassinato encenada com tanto realismo e efeitos especiais, levou o filho do Nelito, ainda garoto que estava na platéia assistindo a peça, gritar: mataram painho gente e começou a chorar!! Foi uma loucura para a mãe explicar que era apenas uma encenação.
Esta peça marcou a minha primeira participação com o mestre Iozinho em teatro e também me deixou feliz por trabalhar em uma peça com Wilson Barros, meu professor e pai de alguns dos meus amigos e colegas, com o Pedro Mariano, uma pessoa muito querida, cuja família fez parte da minha criação, com a Esmeralda que foi minha colega de escola no curso primário até o terceiro ano no qual fui reprovado ficando para trás, com Arilson, colega da nossa turma do futebol e o João Jose colega de escola e de rua também.
O mais gostoso da peça, além dos inúmeros ensaios no Clube Dramático Dois de Julho
Foi a cervejada e a mocotozada no palco, após a encenação, selando o sucesso da peça e também deixando vivas nas memórias as lembranças daquela noite em que a peça foi apresentada, em um ano que marcava o final de um círculo na minha vida e na vida daquelas pessoas e iniciando um outro círculo a partir do ano seguinte, por exemplo: O Wilson Barros estava mudando para Belo Horizonte levando colegas como o George, o Jairo e os outros tantos colegas que estavam indo embora da cidade como o Rogério, Palmira, etc..
O Erro Judiciário é uma peça onde o advogado noivo (protagonizado poró Iozinho) da moça (protagonizada por Esmeralda) que foi acusada de matar o próprio pai ,(protagonizado por Nelito) cujo assassino é o promotor de justiça (protagonizado por Wilson Barros)que conseguiu a condenação da moça já que ele assassinara o pai dela que o surpreendeu tentando violentá-la e deu - lhe uma chicotada n0 seu rosto. Ele o promotor, conde sei lá de que, raivoso, enfia o punhal no coração do pai da moça, neste caso a Maria, estrelada por Esmeralda e cai fora. Surpreendida e em estado de choque na cena do crime ela é acusada do assassinato e no julgamento é condenada, pois o promotor, revoltado pelo desprezo da moça, fez de tudo para condená-la. O noivo pelo fracasso na defesa fica louco. Pedro Mariano e Arilson fazem o papel dos policiais inclusive o Pedro improvisa um tampa no rosto do Arilson, pegando o de surpresa fazendo com que a cena ficasse bem mais realista. No final, João José e Joãozinho de Dona Rosa, têm apenas uma pequena participação com o louco da Aldeia antes do reencontro dele com a Maria, já no final feliz com a sua antiga noiva que fora condenada injustamente. Mestre Iozinho compôs até uma música com os seguintes versos: Eu amei ,tu amaste nós amamos. Muito lindo!
É o que há
Aristórbio