MEMÓRIA MUSICAL
As gerações subsequentes à década de 80 perderam os últimos acordes da boa música, quando até então o melhor da música popular brasileira se ouvia no rádio. Eu nasci em 1980, época em que a MPB já perdia espaço para a irreverência do rock, no qual Brasília destacou-se como nascedouro de bandas nacionalmente consagradas.
O rádio tem muito (ou tudo) a ver com essa história, pelas transformações por que passou, privilegiando as FMs, mas nem por isso priorizando a qualidade de suas programações, cada vez mais cedendo às imposições do mercado e este ao gosto musical duvidoso.
Quem viveu a chamada “era do rádio”, mais do que eu sabe do que estou falando. Os que vêm da minha geração e seguintes muito pouco sabem de rádio e de MPB, que para muitos esta sigla se confunde com as politicamente partidárias. Há, porém, um canal aberto; ou melhor, uma frequência modulada em 96,1 kHz de grande alcance na potência de 20 quilowatts, mediante a qual a Rádio Nacional FM de Brasília mantém sua programação 100% nacional com o melhor da música popular brasileira. Nela se destaca o Memória Musical, um programa que vai ao ar todos os domingos às 11h, com produção, edição e apresentação de Bia Reis, “revelando o gosto musical de gente que é notícia”.
Bia entrevista pessoas ligadas ao mundo das artes. Cantores, compositores, músicos, atores, escritores, personalidades em geral que selecionam 10 músicas entre as que mais significaram em suas vidas. A entrevista é uma conversa em torno da música a ser tocada. Geralmente o entrevistado se refere não só aos momentos correspondentes àquele sucesso musical coincidente com a sua própria história, como também dá detalhes referentes à letra, à melodia, arranjo e tudo mais. E essa memória musical remete o ouvinte também a um passado longínquo ou recente, trazendo canções dos mais diferentes estilos, ritmos e épocas. Uma aula de história da MPB, muitas vezes, que proporciona aos ouvintes, especialmente à geração atual, ouvir um Cartola, um Nelson Cavaquinho, um Jacó do Bandolim ou mesmo o atual Hamilton de Holanda, o virtuoso bandolinista daqui de Brasília, além de cantoras como Elis Regina, Clara Nunes e outras divas. São incontáveis os convidados que por ali passaram. De Tom Jobim a Baden Powell, Chico Buarque, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa, João Bosco, Marisa Monte, atores e atrizes como Paulo Autran, Bibi Ferreira e tantos outros que deixaram registrados momentos marcantes das suas memórias musicais. Bia levou os primeiros anos fazendo fontes, contatos, estruturando sua valiosa agenda. E disse certa vez numa entrevista: “Ainda hoje meu foco está nas raridades, gente que está fora da mídia e que tem um trabalho de valor, nomes que o rádio não está tocando”, revela a produtora do Memória Musical, reconhecendo que os primeiros anos foram de afirmação, até chegar ao momento atual, com o reconhecimento do público e a satisfação pessoal de quem faz o que gosta.
É esse espaço que a EBC – Empresa Brasileira de Comunicação - preserva nas emissoras a ela pertencentes, e de que são exemplos também as rádios Senado e Câmara. Quem quiser curtir bons momentos de boa música de outras gerações ou contemporânea, o Memória Musical é um raro e precioso espaço com o qual todos musicalmente em algum momento se identificam. São histórias de vidas que se confundem com a história da música popular brasileira.
As gerações subsequentes à década de 80 perderam os últimos acordes da boa música, quando até então o melhor da música popular brasileira se ouvia no rádio. Eu nasci em 1980, época em que a MPB já perdia espaço para a irreverência do rock, no qual Brasília destacou-se como nascedouro de bandas nacionalmente consagradas.
O rádio tem muito (ou tudo) a ver com essa história, pelas transformações por que passou, privilegiando as FMs, mas nem por isso priorizando a qualidade de suas programações, cada vez mais cedendo às imposições do mercado e este ao gosto musical duvidoso.
Quem viveu a chamada “era do rádio”, mais do que eu sabe do que estou falando. Os que vêm da minha geração e seguintes muito pouco sabem de rádio e de MPB, que para muitos esta sigla se confunde com as politicamente partidárias. Há, porém, um canal aberto; ou melhor, uma frequência modulada em 96,1 kHz de grande alcance na potência de 20 quilowatts, mediante a qual a Rádio Nacional FM de Brasília mantém sua programação 100% nacional com o melhor da música popular brasileira. Nela se destaca o Memória Musical, um programa que vai ao ar todos os domingos às 11h, com produção, edição e apresentação de Bia Reis, “revelando o gosto musical de gente que é notícia”.
Bia entrevista pessoas ligadas ao mundo das artes. Cantores, compositores, músicos, atores, escritores, personalidades em geral que selecionam 10 músicas entre as que mais significaram em suas vidas. A entrevista é uma conversa em torno da música a ser tocada. Geralmente o entrevistado se refere não só aos momentos correspondentes àquele sucesso musical coincidente com a sua própria história, como também dá detalhes referentes à letra, à melodia, arranjo e tudo mais. E essa memória musical remete o ouvinte também a um passado longínquo ou recente, trazendo canções dos mais diferentes estilos, ritmos e épocas. Uma aula de história da MPB, muitas vezes, que proporciona aos ouvintes, especialmente à geração atual, ouvir um Cartola, um Nelson Cavaquinho, um Jacó do Bandolim ou mesmo o atual Hamilton de Holanda, o virtuoso bandolinista daqui de Brasília, além de cantoras como Elis Regina, Clara Nunes e outras divas. São incontáveis os convidados que por ali passaram. De Tom Jobim a Baden Powell, Chico Buarque, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa, João Bosco, Marisa Monte, atores e atrizes como Paulo Autran, Bibi Ferreira e tantos outros que deixaram registrados momentos marcantes das suas memórias musicais. Bia levou os primeiros anos fazendo fontes, contatos, estruturando sua valiosa agenda. E disse certa vez numa entrevista: “Ainda hoje meu foco está nas raridades, gente que está fora da mídia e que tem um trabalho de valor, nomes que o rádio não está tocando”, revela a produtora do Memória Musical, reconhecendo que os primeiros anos foram de afirmação, até chegar ao momento atual, com o reconhecimento do público e a satisfação pessoal de quem faz o que gosta.
É esse espaço que a EBC – Empresa Brasileira de Comunicação - preserva nas emissoras a ela pertencentes, e de que são exemplos também as rádios Senado e Câmara. Quem quiser curtir bons momentos de boa música de outras gerações ou contemporânea, o Memória Musical é um raro e precioso espaço com o qual todos musicalmente em algum momento se identificam. São histórias de vidas que se confundem com a história da música popular brasileira.