Depois da chuva
Quando crianças, para muitos de nós, o inverno equivalia à época das chuvas. A diversão da molecada era simples. Dobrava-se uma folha de caderno ao meio, dobrava-se de novo e de novo até que, de casco branco, vela por içar, surgia um barquinho de papel que era levado para a enxurrada mais próxima.
Se naquele tempo depois da chuva o céu parecia nos abraçar, tão azul quanto o manto de Maria, já agora as chuvas assustam e no céu cinzento pouco se vê do arco-íris. O adágio “depois da tempestade vem a bonança” foi substituído. Agora, depois da chuva, na melhor das hipóteses vem engarrafamento gigantesco de veículos nas ruas da cidade grande.
Pessoas acompanham pelos meios de comunicação o terror de outras pessoas vítimas das águas e dos ventos. A solidariedade é imediata, mas também passageira. São reproduzidos filmes de deslizamentos antigos para provar que sempre ocorreram, como que a pedir à natureza uma explicação. Em seguida, a devastação em outro país irá desviar nossa atenção a um toque do controle remoto.
Nos últimos anos a enxurrada tem levado mais que a poesia da infância e o bom barquinho de papel. Para melhor navegação boa medida seria, antes da chuva, experimentar as receitas de prevenção conhecidas dos países vítimas de catástrofes naturais a mais tempo do que nós. Chamar à responsabilidade, sim. Isto sempre! Prevenir, para não ter que achar culpados.
Quando crianças, para muitos de nós, o inverno equivalia à época das chuvas. A diversão da molecada era simples. Dobrava-se uma folha de caderno ao meio, dobrava-se de novo e de novo até que, de casco branco, vela por içar, surgia um barquinho de papel que era levado para a enxurrada mais próxima.
Se naquele tempo depois da chuva o céu parecia nos abraçar, tão azul quanto o manto de Maria, já agora as chuvas assustam e no céu cinzento pouco se vê do arco-íris. O adágio “depois da tempestade vem a bonança” foi substituído. Agora, depois da chuva, na melhor das hipóteses vem engarrafamento gigantesco de veículos nas ruas da cidade grande.
Pessoas acompanham pelos meios de comunicação o terror de outras pessoas vítimas das águas e dos ventos. A solidariedade é imediata, mas também passageira. São reproduzidos filmes de deslizamentos antigos para provar que sempre ocorreram, como que a pedir à natureza uma explicação. Em seguida, a devastação em outro país irá desviar nossa atenção a um toque do controle remoto.
Nos últimos anos a enxurrada tem levado mais que a poesia da infância e o bom barquinho de papel. Para melhor navegação boa medida seria, antes da chuva, experimentar as receitas de prevenção conhecidas dos países vítimas de catástrofes naturais a mais tempo do que nós. Chamar à responsabilidade, sim. Isto sempre! Prevenir, para não ter que achar culpados.