VELHAS CARTAS (MUITO BOM)

Ontem eu estava sozinha, pensando em coisas tão bobas, rindo de piadas que me contaram e relembrando aquelas datas especiais, aquelas que eu faço questão de relembrar todos os dias. De repente resolvi jogar fora algumas coisas, pôr ordem em outras, e como sempre acontece, parei para ler um dos meus cadernos da época em que eu cursava o 1º ano do colegial (nem sei se ainda se usa esse termo COLEGIAL, risos). Folheei página por página, comparei o que eu pensava naquela época, pois sempre tive o hábito de escrever muito, com o que penso hoje em dia. Confesso que muita coisa mudou, e obviamente eu usei (mentalmente) aquele velho jargão: "Nossa, se naquele tempo eu tivesse a cabeça que tenho hoje..." risos. De certa forma agradeço por ter tido a cabeça que tive aos 15 anos quando eu tinha exatamente os meus 15 anos, por ter tido outra aos 16, outra aos 22 e tantas outras que tive até meio segundo atrás, (sem contas as inúmeras cabeças que terei até os meus 100 anos) -risos. Em meio a muitas lembranças ma-ra-vi-lho-sas encontrei uma carta que escrevi para sei lá quem (mentira sei sim, risos) e percebi que hoje em dia quase ninguém escreve cartas secretas ou cartas que nunca serão entregues. Confesso que me deu uma dorzinha no peito, por saber que poucos se interessam pela "arte" de escrever em um papel. Será que alguém já percebeu como é lindo receber uma carta de um amigo, namorado, pai, mãe, irmão, amante, etc. e etc.? É claro que eu adoro a internet, adoro mandar e-mails, mas a carta tem um "q" especial, pois em uma carta você percebe a delicadeza que o remetente teve ao escrever cada palavrinha, tomando o maior cuidado para não errar, não borrar e para que a letra ficasse compreensível. Em uma carta sentimos o cheiro de quem escreveu, inclusive daquelas pessoas que borrifavam perfumes ou passavam um pouquinho de talco antes de envelopa-la, como eu também fazia - risos. É possível até perceber o que o outro estava sentindo através da escrita (bem desenhada, corrida, caprichada, etc.). Sem contar o tempo que se perde procurando um papel que seja bem bonito e que consiga causar o impacto desejado, a cor da caneta, o tamanho e o modelo do envelope, uma agência ou caixinha de correio mais próxima. E também a indescritível ansiedade por esperar que a carta chegue logo ao destinatário ou então a surpresa por receber uma carta, ou melhor, por saber que alguém pensou em todos os detalhes descritos acima, com o único objetivo: CHAMAR A NOSSA ATENÇÃO! Não que os e-mails sejam inúteis, mas não têm o mesmo charme que as antigas cartas, de saudade, amor, etc. conseguem transmitir... Enfim, são detalhes que só quem escreve ou escrevia, recebe ou recebia conseguem compreender.

Mil beijos.

Rê Magalhães
Enviado por Rê Magalhães em 01/02/2011
Reeditado em 01/02/2011
Código do texto: T2765707
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