BUSCAMOS O QUÊ?


 
Buscamos. Passamos a vida a buscar. Às vezes nem percebemos que estamos buscamos algo na vida. Ou muitas coisas. Isto é praticamente viver. A ação nascida de uma busca indefinida pode ser perturbador demais, pois pode ter nascido de estados de confusão, que leva a um conflito interior.

 Uma ação de não confusão fica sempre contrária à ação nascida da confusão.

Temos ou criamos problemas que não podemos resolver, ou temos vínculos a idéias políticas, sociais, humanas, religiosas, éticas, justas ou não, enfim de muitas perspectivas e possibilidades. Confundimos um pouco com nossos sonhos.

A mente comprometida tem que estar sempre confusa, inquieta, ansiosa; tem um “mais” e em contrapartida tem um “menos”.

Uma ação de não confusão é paz, por exemplo, NÃO MEXER NO RIO XINGU, respeitar suas curvas e voltas, suas amplitudes, seus caminhos e suas abrangências. É paz por que a Natureza é mais forte e mais sábia que o ser humano e nela há o equilíbrio perfeito de tudo.
Exemplo disso é a tragédia recente da Região Serrana do Rio.

Uma ação nascida da confusão de muitas cabeças de pensamentos contraditórios, de idéias de um crescimento idealizado sem base sustentável certa e futura, só idéias e distribuídas em mãos e cabeças confusas em que prevalecem os ganhos, sem dar valor ás vidas e belezas ignoradas que serão perdidas, autorizando a destruição e visando uma construção benéfica futura: duas coisas que não se casam, contradizem-se. É o horror se instituíndo.

Isto é uma ação de confusão é a dor, o desespero, o inconformalismo, uma ação de destruição: UMA HIDRELÉTRICA BARRANDO A SINUOSA E GRANDE VOLTA DO XINGU COM DUAS BARRAGENS PARA BELO MONTE E PARA BABAQUARA, E DEPOIS O ALAGAMENTO COMO SE FOSSE UMA FERIDA DO TAMANHO DO CANAL DO PANAMÁ, nem consigo dizer mais claro tal a confusão que invade todas as confusões de que somos constituídos.

Outro dia eu amava um homem que admirava e em quem confiava: era paz sem confusão.Hoje é um dia sem amor de homem e mulher, sem futuro, uma ação de desvio: é confusão.

A armadilha perigosa é a própria vida.
 
É a idéia de que devemos buscar e achar.