Eis que a chuva “quebra” nossa silenciosa rotina...
Eis que a chuva “quebra” nossa silenciosa rotina...
Mª Gomes de Almeida
Era tarde de inverno, o sábado com cara de chuva. Nublado, meio frio, um pouco nostálgico e por que não sem graça?
Eu em meio à elaboração do projeto para o mestrado sem conseguir pensar em outra coisa, totalmente alheia a qualquer movimento ao meu redor.
Na sala meu marido também se prepara para a prova do mestrado.
Tudo silêncio!
Tudo quieto!
Eu perdida em meio a teorias da educação, ele também. Só que das exatas, eu das humanas.
Tudo a ver com o meu tema: discuto a dicotomia entre o corpo e mente, cognição e desejo, racionalidade e afeto.
Ela das exatas, eu não. Ele pura razão, eu só emoção. É o que trago para pesquisa e posteriormente debate.Ou tudo acontece junto sem dicotomia?
Da janela da minha biblioteca é possível ver horizonte a minha esquerda. Isso é possível?
Ou ele só pode estar a minha frente? Sou péssima em geografia!
A coluna dói. Resultado da má postura e das longas horas em frente ao micro.
O tempo voa!...
Ouço um barulho como que um jato longe a cortar o céu sem sal e sem sol.
Por uma fração de segundos percebo que é a chuva chegando do norte, sem vento, sem trovoada. É possível ouvi-la chegando, grande, linda!
Corri! Ele correu também!
Chegamos juntos à varanda pra ver a chuva chegar... ela chegou linda, linda, linda!
Ainda chove lá fora, com menos intensidade. Já voltamos à nossa rotina. Eu com a Psicologia da Educação ele com a Matemática.
A chuva por alguns minutos quebrou nossa rotina anunciando que sem ela nada e nem ninguém vive.
Sem o mestrado sim, sem a Matemática e na mesma medida sem a Psicologia da Educação.
Mas a chuva? Tudo nela é vital! Sua energia, beleza, leveza, perfume.