OLHARES TERNOS

Vinte e cinco anos, um quarto de século. Minha menininha chegará a esta marca em abril. Minha menininha está maior que eu muitos centímetros, e é maior que eu muitos metros. Minha filha, minha filha, minha filha, minha filha. Gosto dessa frase, minha filha.

Direi agora verdade nunca dita por ninguém. “Só quem tem filhos sabe o tesouro que tem”. Só quem os tem sabe o que fazem de nossas vidas, o que fazem às nossas vidas. Fazem inclusive essa sacanagem de virarem adultos de repente. Tiram de nós as crianças que foram semana passada há 25 anos.

Porque lembrei minha filha agora? Um soneto que li ontem e reli hoje, intitulado SONETO AO ECTOR. Imediatamente, na primeira leitura, vi minha menininha no colo da mãe, naquele instante repleto de poesia e encantos, a amamentação.

Deitadinha, aconchegada ao colo materno, a mãozinha esquerda suavemente repousada no seio que suga, e a troca de olhares entre mãe e filha. Olhinhos dela fixos nos olhos da mãe. A mãe a alimentá-la, não apenas com seu leite, mas de amor. Aquela troca de olhares eu nunca esquecerei.

A nós homens foram privados essa troca de olhares. Não poderia ser diferente. Apenas a mulher mãe tem a capacidade de sustentar, e retribuir tão terno, meigo, agradecido e amoroso olhar. Eu vi minha menininha e sua mãe trocando aqueles olhares, e sou grato a vida por isso.

Ontem eu vi o olhar do Ector fixo no olhar de Morganalia, vi os olhares de Pri SS e seu tesouro, vi Serpente Angel, Ana Flor do Lácio, Rúbia Bourguignon, Sua bruxinha, e muitos outros.

Obrigado Morganalia, por dividir momento tão lindo, de tantos significados para mim neste lindo soneto.

Minha eterna gratidão até minha morte, a mãe de minha filha
por todos os ternos momentos que me deu, pela filha que nos deu.




 
Yamãnu_1
Enviado por Yamãnu_1 em 29/01/2011
Reeditado em 06/10/2011
Código do texto: T2759618
Classificação de conteúdo: seguro