ALFINETADA NA HORA CERTA !

Acabo de ler uma ótima crônica da Helena Terrivel. E inspirada nela, lembrei-me de que também gosto muito de alfinetes.

Quando jovem, trabalhei por alguns anos no extinto banco do Estado de Minas Gerais, que depois foi incampado pelo Banco Real.

Saía cedo de casa, passava na casa de minha tia e chamava minha prima, que também trabalhava no mesmo local, e lá íamos nós, cheias de sonhos, com tantos e tantos assuntos a conversar.

A estação de trem era nosso destino. Lá enquanto esperávamos, mais e mais papo batíamos.

Quando a condução chegava, era um Deus nos acuda, para entrar, pois lotado era pouco pra se dizer do estado do trem.

Mas, não sei como e nem de que jeito, entrávamos, e íamos espremidas feito sardinha em lata.

Certo dia, minha prima muito angustiada me contou que um cara lhe passara a mão. Eu então prontamente disse: deixa comigo, ele vai ter o que merece, é só me mostrar o fulano.

No outro dia, trem cheio, dificuldade para embarcar, muitas vezes, nessa hora, nos perdíamos uma da outra dentro do vagão. Mas, nessa manhã grudei na minha prima, e combinamos que ela me daria um sinal, assim que visse o "tal".

E assim foi, sinal dado, encostei no cara, e com toda delicadeza, enfiei o estimado alfinete, que guardava em minha mão, com vontade na coxa do despudorado.

O grito, ou melhor o urro, que ele soltou, encheu todo o vagão !

Todo mundo assustado, queria saber o que havia acontecido com o fulano, que sem dizer palavra, sumiu, espavorido, em busca de outro vagão do trem.

Creio, que dali para frente, passou a pensar duas, vezes antes de bolinar com as mocinhas trabalhadoras.

Por estas e outras, estou com a Helena, os alfinetes são sim, muito úteis, e tê-los por perto, faz a diferença em muitas situações.

Aquela do trem foi uma delas.

Nunca mais, vimos a cara do sujeito ! ! !

Lenapena
Enviado por Lenapena em 28/01/2011
Reeditado em 29/01/2011
Código do texto: T2757474