Anistia: Ampla, geral e Irrestrita

Mais uma vez, fala-se em apuração dos crimes de torturas praticados nas ditaduras Brasileiras do século passado. Seguindo o exemplo dos nossos “Hermanos”, Chilenos e argentinos. Uma situação que pode muito bem ser considerada engraçada. Antes de apresentar a comicidade dessa intenção, vamos abordar- rapidamente- essas ditaduras que aconteceram nos anos 30 e 40, sobre o comando de Getúlio Vargas; e nos anos 60,70 e uma parte dos anos 80 do século XX, com os militares exercendo a função de presidentes. Getúlio Vargas foi um ditador, acredito que o único, capacitado, vocacionado para o exercício dessa estranha função: um ditador. Não é necessário ser um bom historiador, ou até mesmo qualquer historiador – para chegar a conclusão que se trata de uma grande figura da política brasileira. Um estadista verdadeiro. Admirado pela população, sobretudo pelos pobres, os quais ,chamava-os de filhos. E por esse e tantos outros motivos , pode-se afirmar que ele sabia comandar a nação brasileira. Embora de forma dura , perversa e cruel - como convém ao um ditador -; mas também tinha um jeito especial para lidar com os humildes, e criou muitos benefícios que ia ao encontro das necessidades básicas do povo brasileiro. Fazia política externa com uma capacidade impressionante. No episódio da segunda guerra mundial conseguiu colocar o Brasil entre as grandes nações. Ficou do lado certo. Embora por força das circunstâncias. Não importa. Ele fez com que o Brasil participasse e ajudasse a construir a história humana. A Ditatura militar não teve muita expressão. Não foi tão violenta , em relação aos países vizinhos.Houve muitas situações pitorescas, como a de um general presidente que trocou tapas com um adolescente, em frente às câmaras de televisão; cheio de fotógrafos, de jornalistas, em praça pública e ainda pediu para ser esquecido, depois de deixar à presidência. Um pedido desnecessário.Foi como se nada tivesse acontecido.Pois é, e segundo as notícias que nos chegam, a maioria dos que perderam a vida( nessa última ditadura) foram vítimas de confrontos. E sabemos que em um confronto, a possibilidade do mais forte ganhar é muito grande. E Por mais, quem entra em uma guerra deve saber dos riscos que estar correndo. E, como sabemos, houve uma anistia: Ampla, Geral e irrestrita. Portanto, perdão para ambas as partes. E mais e mais. O Brasil Não está qualificado. Não possui as mínimas condições de fazer uma investigação tão complexa, tão profunda e tão delicada como esse caso exige. Temos que reconhecer, o Chile e a argentina têm muito mais competência do que nós, em se tratando de um assunto dessa envergadura. E depois, temos uma cultura diferente. No Brasil, os inimigos, principalmente os políticos, brigam hoje, amanhã estão juntos,unidos em defesa dos próprios interesses. É bom que se ressalte, que além da investigação, viriam , julgamento, condenação. Sem chance. Como eu tinha falado: a situação é engraçada. Aqui, em Pernambuco-Recife- Há um cidadão que defende essa apuração a todo custo. Não adianta dizer para ele que os comandantes supremos e boa parte dos envolvidos- vítimas e torturadores- Já estão mortos. E os vivos não são tão mocinhos assim, Não apenas, do ponto de vista cronológico, mas também, do ponto de vista, figurado. Mas ele insiste. Comparece com frequência às estações de rádios, jornais, lugares públicos falando sobre esse assunto. Virou um parranóico, dizem alguns, acusando-o de não ter mais consciência do que estar fazendo. Principalmente, quando esse cidadão, dominado pela euforia, discursa, dizendo que sobreviveu a duas ditaduras. Fala isso como se tivesse sobrevivido as duas guerras mundiais. E o caso engraçado foi o seguinte. Esse senhor estava percorrendo as ruas do Recife fazendo sua tarefa habitual-Defendo a democracia- . Até ai, tudo bem. Apesar de todos os erros, a democracia é legal, em todos os sentidos. Sim , esse cidadão chegou à praia de boa viagem. Lá encontrou um grupo de meninas. Todas bonitas.Possuíam aquele tipo, bem nordestino. Sorriso largo. Corpo Moreno. Jeito brejeiro. Malícia doce. E ele escolheu uma dessas meninas e lhe fez a seguinte pergunta, de forma educada: “ moça, o que você acha da ditadura”? E a menina, com aquele sorriso que é uma mistura do doce do caldo da cana com uma sensualidade cabocla , respondeu-lhe, também com uma outra pergunta: “ o senhor não estar se referindo a sua , né”? Pois é, o Brasil. Vamos esquecer esse passado. Perdão para todos!

Soleno Rodrigues
Enviado por Soleno Rodrigues em 27/01/2011
Reeditado em 12/09/2012
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