AMIZADE VERDADEIRA.......É POSSÍVEL?

Os verdadeiros amigos estão lá, não importa quanto tempo e quantos quilômetros se colocam entre eles. Nem eventuais desencontros...

O amigo sempre está próximo, nunca está tão distante, nenhum espaço ou hiato existem que sua necessidade esteja ao desabrigo da mão amiga, torcendo por você permanentemente, intervindo em seu favor e esperando você de braços abertos, abençoando sua vida.

O azedume em ser afasta o convívio e ele “é menos frequente entre pessoas azedas e entre os mais velhos”, como ensinava Aristóteles, justificando que “quanto pior for o feitio das pessoas, menor é o prazer que têm no convívio”, e “o amor costuma nascer naturalmente em relação a uma única pessoa, porque não é fácil de agradar de modo totalmente satisfatório a muitos ao mesmo tempo”, como deixa claro o Estagirita Aristóteles, em 'Ética a Nicómaco".

E o destaque de Aristóteles, sua importância no pensamento universal, se deve ao alicerce fundamental que praticamente sem precursores, com sua exclusiva potencialidade cerebral, assistida por agudíssima inteligência, invulgarmente privilegiada, deu nascimento a uma ciência nova que orienta até hoje todas as outras - a lógica.

Entende-se que a amizade só pode existir onde houver total desinteresse, seja material ou emocional, o que contraria o seguimento do coração, desmentindo o posicionamento.

A amizade é bem excluido até mesmo da proteção ética existente nas regras sociais que regulam o convívio, ela habita o coração e a recepção pela admiração. Por isso mesmo é falso afirmar-se que raramente existe. Por isso é ignorada pela lei, pois nem a sociedade nem o legislador dela cuidam como norma, conduta exigível, pertence a outro compartimento excluído das alternâncias dos humores.

O interesse moral protegido pela lei não incorpora a amizade, nem podia, as forças do coração não caminham nas pegadas do cérebro.

Mas não espere troca de quem nada pode dar. Não veja no possível amigo moeda de retorno, seja qual for sua espécie, mesmo as do coração.

É possível sim, a amizade dos desiguais e dos iguais, desde que estejam sempre distantes, expectativas do interesse.

A dificuldade da existência de amizade situa-se no universo existencial do interesse, rotineiramente presente nos relacionamentos.

Pode-se dizer que o amor maternal projeta, unanimemente, a verdadeira amizade, incondicional, pelo simples fato de ser desinteressado.

E é bom refletir nesse adágio que formulo; olhe quem se diz amigo como os prazeres, sempre como vão, nunca como vêm.

Olhe a sua volta e procure um amigo verdadeiro, sempre encontrará, sem muitas dificuldades. A humanidade não está de todo perdida.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 27/01/2011
Reeditado em 27/01/2011
Código do texto: T2755269
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