NOSSOS NETOS

Dizem que amamos mais os netos do que os próprios filhos. Não é bem assim. Nossos filhos chegam quando ainda não temos a maturidade de hoje. Ainda não desenvolvemos nossa sensibilidade o que vai ocorrendo naturalmente no decorrer do tempo e com as experiências adquiridas no trato com os médicos, outros pais, parentes e a mais consistente, nossos filhos. Estes são uma escola maravilhosa. Ensinam-nos que cada um é único mesmo que nos atrevamos às inevitáveis comparações.

Outro fator é que nossos filhos nascem quando estamos em plena idade produtiva que demanda muitas horas de dedicação ao trabalho, estudos, viagens e tantos compromissos decorrentes.

Nossos filhos são os anjos que Deus nos empresta para as nossas alegrias, nosso orgulho, para sofrer de amor, para sonhar, mais acordados que dormindo, mesmo porque com a chegada deles o tempo para dormir é minguado.

A vovó tem um papel fundamental. Tem conhecimentos, paciência sem limites, resignação, solidariedade, cria disponibilidade, inventa carinhos, arranja soluções. Pode ser uma sopinha ou um caldo para a mamãe aumentar o leite. Um chazinho para o bebê. Transforma-se em super tudo, mesmo quando o cansaço é visível ela esbanja disposição.

O vovô fica meio bobo, perdido, só olhando e com medo de alguma coisa estar errada. Com medo da coragem da mamãe e da disposição e confiança da vovó. Como avô chego a me sentir quase uma figura desnecessária, descartável.

Mas é um momento mágico. Com um pouquinho de fé sentimos a presença e a força do poder de Deus. Onde tem uma criancinha o Criador envia seus anjos de proteção.

Vamos curtir os nossos netinhos, os anjos que começam suas vidas, que Deus nos oferece como se fosse uma oportunidade para recomeçarmos as nossas. É muito bom, uma experiência ímpar, só quem vive sabe dimensionar.

Peçamos ao bom Deus a toda hora para ser farto ao distribuir suas bênçãos para os pequenos e que sejam gente boa que o mundo carece tanto.

Que eles façam para o mundo o que não fizemos e ainda corrijam o que fizemos de errado.Melhor que eles não saibam que estamos pedindo tanto, pois somos tão falhos que eles poderiam desistir.

Afirmo que não amamos nossos netos mais que os filhos. Depois de tudo que vivemos e aprendemos chegamos a ter sim um amor aperfeiçoado para oferecer.

Divinópolis, 16-01-2011.

jferreira